ChatGPT e o Impacto da Inteligência Artificial no Mercado de Trabalho
O ChatGPT chegou ao mercado no fim de 2022 e trouxe grandes mudanças no mundo da tecnologia. Desde então, várias empresas começaram a focar em softwares de inteligência artificial (IA). De lá para cá, acompanhamos um desenvolvimento acelerado neste setor.
Quando o ChatGPT apareceu, surgiram também preocupações sobre a possibilidade de perda de empregos. Com cada nova versão e concorrentes como Claude, Gemini e DeepSeek surgindo, esse medo só aumentou. Essas IAs estão se mostrando tão poderosas quanto o ChatGPT.
Um dos tópicos mais comentados sobre a nova geração de IAs é o comportamento “agente”. Isso significa que algumas IAs conseguem executar tarefas sozinhas, sem a necessidade de um toque humano. Algumas delas navegam na internet e fazem ações por conta própria, enquanto outras ajudam na programação. Contudo, essas ferramentas ainda estão em fase inicial de desenvolvimento.
Com o avanço das IAs, há um receio real de que mais pessoas percam seus empregos. Entretanto, um estudo recente aponta que ferramentas como o ChatGPT não estão mudando muito a realidade do mercado de trabalho. Mesmo que a IA melhore certas tarefas, ela também aumenta a carga de trabalho para os profissionais.
Os economistas Anders Humlum e Emilie Vestergaard, da Universidade de Chicago e da Universidade de Copenhague, investigaram os efeitos da IA sobre o mercado de trabalho. Eles concluíram que “os chatbots de IA não impactaram significativamente os ganhos ou as horas trabalhadas em qualquer profissão”.
O estudo analisou 11 profissões que poderiam ser mais vulneráveis ao avanço da IA, como contadores, atendentes de suporte, consultores financeiros, profissionais de recursos humanos, e até professores.
Durante o estudo, foram observados 25.000 trabalhadores em 7.000 empresas na Dinamarca ao longo de 2023 e 2024. Um ponto importante é que os resultados podem refletir mais a realidade dinamarquesa. Além disso, as IAs disponíveis em 2024 eram bem mais eficientes do que as de um ano antes.
Outro aspecto a considerar é que o estudo ainda não passou pelo processo de revisão por pares, sendo divulgado como um trabalho preliminar. Apesar disso, mostra que a perspectiva de desemprego não é tão grande quanto muitos imaginam. As melhorias de produtividade que se acreditava que a IA traria acabaram sendo contrabalançadas pela tarefa extra que gerou.
Humlum disse que a aceitação dos chatbots foi rápida. Os trabalhadores nas profissões analisadas estão utilizando essas ferramentas e até os empregadores estão incentivando esse uso. Porém, ao olhar para os resultados econômicos, nada mudou de maneira significativa.
O estudo revelou que 8,4% dos trabalhadores enfrentaram novas tarefas, mesmo aqueles que não usavam IA. Por exemplo, professores passaram a se preocupar em descobrir se os alunos estão usando AI como o ChatGPT para fazer lição de casa.
Além disso, quem usa IA acaba gastando mais tempo revisando o trabalho que ela gera. Muitas vezes, é necessário pedir fontes e checar as informações que a IA apresenta. Essas “alucinações” da IA ainda ocorrem, e muitos usuários precisam ser cuidadosos. Os modelos mais novos do ChatGPT, embora melhores em raciocínio, talvez ainda apresentem informações imprecisas.
O estudo também mostrou que, mesmo com a IA economizando tempo, isso representa apenas 2,8% das horas trabalhadas, ou menos de duas horas por semana. Isso contrasta com outros estudos que afirmavam que a IA poderia aumentar a produtividade em 15%. Esses estudos costumam se concentrar em empregos onde a IA tem mais potencial de impacto, como no atendimento ao cliente.
Humlum explicou que a IA não pode automatizar todas as funções das profissões analisadas. Estamos ainda numa fase intermediária da tecnologia, onde os profissionais tentam entender como e quando a IA pode ser eficaz.
O estudo ainda concluiu que, se houver ganhos de produtividade, apenas de 3% a 7% desse ganho é repassado aos trabalhadores na forma de aumento salarial. Isso mostra que há espaço para mais pesquisas sobre o tema.
Esses resultados têm suas limitações, mas os achados são importantes. Para empresas de IA, como a OpenAI, isso fornece uma perspectiva: a adoção de chatbots está alta e os trabalhadores estão utilizando, mas ainda não estão perdendo seus empregos. Contudo, isso não gera os aumentos de produtividade que as empresas esperam alcançar.
Estamos apenas começando a entender o impacto da inteligência artificial em nossas vidas. Com o avanço de tecnologias como ChatGPT e Gemini, que prometem capacidades ainda maiores, será interessante ver como isso se desenrola nos próximos anos.