Nos últimos tempos, a União Europeia forçou a Apple a abrir sua App Store devido à Lei de Mercados Digitais (DMA). Isso significa que usuários de iPhone na Europa agora podem instalar lojas de aplicativos de terceiros, usar sistemas de pagamento diferentes e até “sideload” aplicativos, ou seja, instalar aplicativos que não estão na loja oficial. A Apple e a UE ainda estão discutindo a implementação dessas mudanças.
Apesar disso, muitos usuários de iPhone, inclusive eu, não estão nem aí para essas novas opções. Não tenho interesse em outros aplicativos ou sistemas de pagamento e também não pretendo fazer sideload de apps.
A Apple está lutando para manter seu jeito tradicional de gerenciar a App Store, mas isso pode estar causando mais problemas do que soluções. A empresa poderia abrir a App Store em outros lugares do mundo da mesma forma que fez na Europa. A verdade é que a maioria das pessoas não vai se importar com as mudanças no funcionamento da loja.
Se a Apple não fizer isso, é bem provável que outros países comecem a investigar as práticas da App Store. Alguns podem até criar leis que tenham efeitos semelhantes à DMA da UE.
Recentemente, a China começou a olhar mais de perto para as práticas da Apple na App Store. Essa investigação foi iniciada antes da gestão do ex-presidente Trump, mas agora está ganhando mais atenção no meio da guerra comercial entre EUA e China. Na semana passada, a China anunciou uma investigação formal contra o Google, logo após novas tarifas dos EUA sobre produtos chineses.
Ainda não se sabe muito sobre a investigação da Apple. O órgão regulador do mercado, conhecido como SAMR, está analisando como a Apple opera sua App Store.
De acordo com fontes, o SAMR já conversou com funcionários da Apple e desenvolvedores de aplicativos desde o ano passado. Eles estão interessados na taxa de 30% que a Apple cobra por compras dentro dos aplicativos, além da proibição de lojas de aplicativos e sistemas de pagamento de terceiros.
Se as conversas entre o SAMR e a Apple forem tranquilas, pode ser que a empresa não sofra penalidades. Porém, é bem possível que mudanças na App Store sejam necessárias.
Os reguladores chineses compartilham preocupações semelhantes às de outros países que estão investigando a Apple. Algumas fontes indicam que os reguladores acreditam que a Apple pode estar cobrando taxas muito altas dos desenvolvedores chineses. Além disso, a falta de lojas de aplicativos de terceiros e alternativas de pagamento no iPhone prejudica a concorrência e afeta os consumidores.
Se a Apple não ceder e não fizer as modificações necessárias, a China pode acabar abrindo uma investigação formal.
Parece que a Apple pode ser incentivada a abrir sua App Store na China, da mesma forma que fez na Europa, mas sem um marco legal como a DMA para forçar a empresa a agir.
Por outro lado, a DMA já fez com que a Apple desenvolvesse as ferramentas necessárias para abrir sua App Store em outros países. Assim, a empresa poderia facilitar o uso do iPhone na China assim que chegar a um acordo com os reguladores locais.
Mas tudo isso é apenas uma suposição. Estamos falando de situações muito diferentes. A Apple fabrica muitos de seus produtos na China, e o governo pode querer manter uma boa relação com a empresa.
Entretanto, as vendas do iPhone não estão tão boas na China. Isso é um grande problema, já que o país é um dos maiores mercados para celulares, especialmente para a Apple. A empresa poderia pensar em liberar lojas de aplicativos de terceiros e sistemas de pagamento para melhorar a imagem do iPhone por lá.
A guerra comercial entre EUA e China, reacendida pela administração Trump, também pode influenciar essa situação. Investigar grandes empresas de tecnologia como Google e Apple pode ser uma estratégia da China para buscar um acordo.
Mesmo com tudo isso, os problemas da App Store ainda persistem. Vários desenvolvedores de aplicativos estão querendo taxas menores para pagar à Apple. Outros desejam implantar lojas de aplicativos e sistemas de pagamento alternativos. A Apple, por sua vez, quer manter suas práticas e taxas atuais, acreditando que sua forma de regular a App Store é benéfica para os consumidores.
Ao contrário da DMA da Europa, não há prazos definidos nessa investigação na China. O futuro do processo informal é incerto, e não se sabe quanto tempo ele vai durar ou quando podemos esperar mudanças na App Store no país.
Em resumo, a situação da App Store da Apple é complexa e cheia de nuances, tanto na Europa quanto na China. Enquanto algumas mudanças estão surgindo, a Apple ainda precisa decidir como vai lidar com as pressões de diferentes mercados e as expectativas de seus usuários e desenvolvedores.