Transplante é uma cirurgia onde se retira um órgão, células ou tecidos de um doador, que pode estar vivo ou falecido, para ajudar uma pessoa que tem alguma doença grave. Os transplantes mais comuns são de coração, fígado, pulmão, rim, córnea e medula óssea.
Esse procedimento é geralmente indicado quando outros tratamentos não funcionaram, ajudando a recuperar a função do órgão do receptor. Isso reduz complicações e melhora a qualidade de vida do paciente que recebe o transplante.
A recuperação após um transplante depende do tipo de cirurgia. Inicialmente, a pessoa fica no hospital e, depois da alta, é necessário fazer consultas médicas e exames regularmente. Além disso, é obrigatório tomar medicamentos imunossupressores diariamente para evitar rejeição.
### Quando o Transplante é Indicado
O transplante é recomendado nas seguintes situações:
– Enfrentamento de doenças graves e irreversíveis;
– Mulheres com malformações ou ausência do útero que desejam engravidar;
– Necessidade de restaurar a visão em casos de danos irreversíveis na córnea;
– Preservação da fertilidade por meio da criopreservação dos ovários em mulheres passando por tratamentos agressivos, como quimioterapia.
O transplante de medula óssea, por exemplo, é indicado em casos de câncer que afetam a produção de células sanguíneas, como leucemia e linfoma.
### Como é Feito o Transplante
O procedimento varia de acordo com o órgão ou tecido que está sendo transplantado. Confira os principais tipos:
#### 1. Transplante de Medula Óssea
Esse é um dos transplantes mais comuns, indicado principalmente para leucemia. Pode usar células da própria medula (transplante autólogo) ou de um doador compatível (transplante alogênico).
#### 2. Transplante de Coração
Feito para substituir o coração doente por um saudável de um doador falecido. É indicado quando a doença cardíaca está avançada e não responde a outros tratamentos.
#### 3. Transplante de Fígado
Substitui o fígado doente por um saudável de um doador falecido ou parte do fígado de um doador vivo. É uma opção para casos de cirrose e hepatites graves.
#### 4. Transplante de Rim
Esse é um dos tipos mais comuns de transplante de órgãos. O rim do doador pode ser retirado de uma pessoa viva ou falecida e é indicado para situações de doença renal crônica avançada.
#### 5. Transplante de Pulmão
Indicado para doenças pulmonares graves em estágios avançados. Os pulmões podem ser doados por indivíduos falecidos ou, em algumas situações, por doadores vivos.
#### 6. Transplante de Útero
Realizado em mulheres que desejam engravidar, podendo usar útero de uma doadora viva ou falecida. É indicado para casos de ausência ou malformação uterina.
#### 7. Transplante de Fezes
Nesse caso, fezes de uma pessoa saudável são transferidas para alguém com doenças intestinais, visando regular a microbiota intestinal.
#### 8. Transplante de Ovário
Neste procedimento, tecidos do ovário são retirados antes de tratar câncer e são criopreservados para serem colocados de volta após o tratamento, caso a mulher deseje ter filhos.
#### 9. Transplante de Córnea
Substitui a córnea doente por uma saudável de um doador, sendo indicado quando outros tratamentos não surtiram efeitos em problemas como ceratocone e queimaduras oculares.
#### 10. Transplante de Pâncreas
Esse transplante envolve a remoção do pâncreas do doador e a colocação no receptor, sendo comum em casos de diabetes tipo 1.
#### 11. Transplante Multivisceral
Indicado em situações com insuficiência intestinal que afeta pelo menos dois órgãos. A cirurgia envolve a substituição de vários órgãos no abdômen.
### Órgãos e Tecidos Que Podem Ser Transplantados
Os órgãos e tecidos que podem ser doados por um falecido incluem:
– Coração e válvulas;
– Pulmão;
– Córnea;
– Pâncreas;
– Fígado;
– Intestino;
– Útero;
– Ossos e pele.
Os doadores vivos podem doar parte do fígado, um rim ou a medula óssea.
### Tipos de Transplante
Os tipos principais são:
#### Transplante Autólogo
Onde se transfere tecidos da própria pessoa para outra parte do corpo.
#### Transplante Alogênico
Neste, há doação de tecidos de uma pessoa saudável para outra, visando compatibilidade genética.
#### Transplante Singênico
Realizado entre gêmeos idênticos, onde um pode doar para o outro.
#### Transplante Heterólogo
É o transplante de órgãos de doadores diferentes.
#### Xenotransplante
Um tipo mais raro onde órgãos de animais são transplantados para humanos.
### Evaluação de Compatibilidade
Antes do transplante, exames de sangue são feitos para verificar a compatibilidade do doador e do receptor. Isso diminui as chances de rejeição. O doador pode ser um parente ou desconhecido, desde que a compatibilidade esteja ok.
#### Exames Pré-Transplante
São obrigatórios para evitar infecções no receptor. Os principais são:
– HIV;
– Hepatite B e C;
– Doença de Chagas;
– Citomegalovírus.
Se os exames derem positivo, a doação não avança. Além disso, o doador não deve ter doenças ativas que possam afetar o receptor.
### Como Funciona a Lista de Espera
O médico cadastra a pessoa na lista única de transplantes do Ministério da Saúde. A ordem da lista é com base na data de inscrição e a localização do paciente.
### Fatores que Afetam a Fila de Transplante
Fatores que podem alterar a fila incluem:
– Ordem de chegada na lista;
– Gravidade da doença;
– Compatibilidade entre doador e receptor;
– Localização de ambos.
Crianças têm prioridade, assim como adultos com doenças mais graves.
### Tempo para Realizar o Transplante
Os órgãos precisam ser transplantados rapidamente. Cada órgão tem um tempo específico que deve ser respeitado para garantir a viabilidade, como 4 horas para o coração e até 48 horas para o rim.
### Como é a Recuperação
A recuperação varia conforme o tipo de transplante. A fase inicial é feita no hospital durante algumas semanas, onde o paciente é monitorado. Após a alta, o acompanhamento regular e o uso de imunossupressores para evitar rejeição são imprescindíveis.
### Riscos do Transplante
Após um transplante, podem ocorrer algumas complicações:
– Rejeição do órgão;
– Infecções;
– Problemas renais;
– Sangramentos;
– Aumento do risco de doenças como câncer de pele.
Imunossupressores podem causar efeitos colaterais, como ganho de peso e alterações na pele. Embora raros, também existe risco de complicações em relação à anestesia.