O transplante de pâncreas é quando se troca um pâncreas doente por um saudável. Esse procedimento é indicado para pessoas que têm diabetes tipo 1 ou tipo 2 e dependem de insulina.
Essa cirurgia acontece quando o pâncreas não consegue produzir insulina. Nesse caso, a insulina passa a ser produzida pelo pâncreas do doador, o que pode ajudar a curar a diabetes e prevenir problemas no coração.
O transplante deve ser recomendado por um endocrinologista e realizado por um cirurgião especializado. Antes da cirurgia, é feita uma avaliação detalhada sobre os riscos e benefícios do transplante, que pode acontecer junto com o transplante de rins em alguns casos.
### Quando fazer o transplante
O transplante de pâncreas é recomendado nas seguintes situações:
– Se a pessoa tem complicações de diabetes tipo 1, como hipoglicemia grave.
– Se a qualidade de vida é ruim mesmo com o uso de insulina.
– Para quem tem diabetes tipo 1 e precisa de diálise em até 6 meses.
– Para quem já fez transplante de rim e precisa evitar complicações como problemas nos olhos e nos nervos.
– Para pacientes com diabetes tipo 2 que dependem de insulina e têm insuficiência renal crônica.
Esse transplante pode ser feito apenas com o pâncreas ou em conjunto com o transplante de rins.
### Preparativos para o transplante
Para se preparar, é necessário fazer todos os exames que o médico solicitar, como de sangue e função renal. Enquanto espera, a pessoa deve manter uma alimentação saudável e evitar álcool e cigarro. Também são feitos testes para verificar a compatibilidade com o doador e assim evitar a rejeição do pâncreas.
#### Quem pode doar o pâncreas?
O pâncreas pode ser doado por alguém que tenha falecido, mas que não tenha doenças no órgão. O doador não pode ter infecções, câncer ou qualquer alteração no pâncreas. Além disso, se a doação for de uma pessoa viva, é possível doar apenas uma parte do pâncreas, mas isso é bem menos comum.
### Como é feito o transplante?
O transplante de pâncreas é realizado em um hospital sob anestesia geral. O cirurgião deve seguir esses passos:
1. Aplicar soro na veia para hidratar e administrar medicamentos.
2. Fazer um corte no abdômen para inserir o pâncreas do doador no lado direito.
3. Conectar os vasos sanguíneos e ductos do pâncreas do doador ao receptor.
4. Fechar o corte com pontos e colocar um curativo.
O pâncreas da pessoa transplantada não é retirado, então ele continua a produzir sucos digestivos, enquanto o pâncreas do doador passa a produzir insulina. Geralmente, o novo pâncreas começa a funcionar rapidamente.
### Recuperação após o transplante
Após a cirurgia, a pessoa pode ficar na UTI por 1 a 2 dias. Depois, o tempo médio de hospitalização é de cerca de 10 dias para monitorar a função do pâncreas e evitar complicações. Dentro de 1 a 2 meses, a pessoa pode, aos poucos, voltar à rotina normal, conforme a orientação médica.
### Cuidados diários
Depois do transplante, alguns cuidados são essenciais:
– Tomar os remédios imunossupressores para evitar a rejeição do transplante.
– Fazer consultas e exames regulares.
– Manter uma dieta saudável, seguindo a orientação de um nutricionista.
– Praticar atividades físicas, conforme a recomendação médica.
– Evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas.
Essas atitudes são fundamentais para garantir que o pâncreas funcione bem e para prevenir novos problemas de saúde.
### Quando o transplante não é indicado
Nem todos podem se beneficiar de um transplante de pâncreas. Ele não é indicado para quem tiver doenças do coração que não podem ser tratadas, problemas no fígado ou pulmões que não têm cura, infecções ativas, ou câncer incurável. Além disso, pessoas acima de 65 anos, com hepatites ativas, ou que tenham um índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg/m², também podem não ser candidatas ao transplante.
### Riscos do transplante
Embora a cirurgia tenha um bom resultado na maioria das vezes, existem riscos como pancreatite, infecções, trombose, sangramentos ou até rejeição do pâncreas. Os riscos podem ser menores se as orientações do médico forem seguidas, como realizar exames e tomar os remédios corretamente.
### Quando procurar o médico
Após o transplante, é importante ir ao médico ou ao hospital se surgirem sintomas como:
– Febre acima de 38ºC ou calafrios.
– Cansaço excessivo.
– Ganho de peso rápido, de 1 kg ou mais em 24 horas.
– Dor persistente do lado direito do abdômen.
– Vermelhidão, inchaço ou secreção na cicatriz.
– Tosse com catarro ou sangue.
– Feridas ou bolhas na pele.
Esses sintomas podem ser sinais de infecção ou rejeição do transplante. Portanto, buscar atendimento médico imediato é muito importante para iniciar o tratamento correto.