A lama biliar é uma mistura de colesterol e sais de cálcio que se acumula na vesícula biliar. Em vez de ser eliminada para o intestino, essa mistura deixa a bile mais espessa e pesada. Isso pode causar desconfortos, mas geralmente não é grave.
Embora não cause problemas de saúde sérios, a lama biliar pode dificultar a digestão para algumas pessoas, resultando numa sensação de má digestão. Outra complicação é que a lama aumenta o risco de formação de pedras na vesícula, que são chamadas de cálculos biliares.
Na maioria dos casos, a lama biliar, que também é conhecida como barro biliar ou areia na vesícula, pode ser tratada com mudanças simples na alimentação. A cirurgia só é indicada se a vesícula ficar muito inflamada e provocar sintomas mais intensos.
Os sintomas mais frequentes que podem indicar a presença de lama biliar são: dor intensa no lado direito do abdômen, náuseas e vômitos, fezes com aparência de lama, falta de apetite, gases em excesso e barriga inchada. Esses sintomas são raros porque a lama biliar, embora dificulte o esvaziamento da vesícula, não a impede de funcionar.
Muitas vezes, a lama biliar é detectada por acaso durante um ultrassom abdominal feito por outros motivos. Quando não surgem sintomas, é comum que a pessoa não mude seus hábitos alimentares. Isso pode aumentar a probabilidade do surgimento de pedras na vesícula, pois a lama pode endurecer com o tempo.
Por isso, mesmo que a lama biliar não costumem ser perigosa, ela pode aumentar o risco de desenvolver cálculos biliares. Esses cálculos podem causar dor intensa e complicações se não forem tratados adequadamente.
O diagnóstico da lama biliar é feito, geralmente, pelo gastroenterologista. O médico examina a pessoa e avalia os sintomas apresentados. Exames de imagem, como ultrassom ou até ressonância magnética, podem ser solicitados para confirmar a presença da lama biliar na vesícula.
A lama biliar se forma quando a bile se mistura com colesterol e sais de cálcio, acumulando-se na vesícula por um período prolongado. Alguns fatores que podem aumentar o risco de lama biliar incluem: gravidez, jejum prolongado (de 5 a 10 dias), perda de peso muito rápida, dieta baixa em gorduras, diabetes e sobrepeso.
Além disso, o uso de alguns medicamentos e situações específicas, como nutrição parenteral total e transplante de órgãos, também podem aumentar o risco de acúmulo de lama biliar. Essas condições elevam a concentração de colesterol na bile e podem diminuir a capacidade da vesícula de se contrair naturalmente.
O tratamento da lama biliar deve ser orientado pelo gastroenterologista, para evitar problemas sérios, como a formação de pedras na vesícula. As principais abordagens para o tratamento incluem mudanças na dieta, uso de medicamentos e, em alguns casos, cirurgia.
A primeira abordagem é a alteração na dieta. Mudanças na alimentação sempre devem ser discutidas com um nutricionista, que pode sugerir uma dieta mais saudável, especialmente para quem está em jejum por tempo prolongado. Aumentar a ingestão de gorduras saudáveis pode ajudar quem estiver em dietas de baixa caloria ou que apresente perda rápida de peso, melhorando a função da vesícula e eliminando a lama biliar.
Outros casos envolvendo sintomas semelhantes aos de pedras na vesícula podem requerer uma dieta rica em frutas, vegetais e cereais integrais, além da orientação para a redução da ingestão de gorduras.
Em muitos casos, não há necessidade de tratamento medicamentoso, principalmente se a lama biliar não apresentar sintomas. Mas se houver sintomas ou pedras na vesícula, o médico pode prescrever o ácido ursodesoxicólico para ajudar a dissolver os cálculos. Também podem ser indicados analgésicos ou antieméticos para aliviar a dor e náuseas.
A cirurgia é geralmente considerada quando a lama biliar causa sintomas muito intensos ou quando se encontram pedras na vesícula durante a ultrassonografia. O procedimento mais comum é a laparoscopia, que evita a complicação do fechamento dos canais biliares e a inflamação da vesícula.
A boa notícia é que a lama biliar pode ser expelida naturalmente quando a causa que a provocou é resolvida, como no caso de gravidez ou perda rápida de peso. Porém, quando a lama persiste mesmo após a resolução do fator causador, não deve ser forçada a expulsão.
Não existem tratamentos comprovados que consigam eliminar a lama biliar rapidamente, e forçar a sua expulsão pode resultar em diarreia e vômito, sem conseguir desobstruir a vesícula. Por isso, o recomendável é manter uma dieta equilibrada e saudável e ficar atento à presença de sintomas que indiquem cálculos biliares. Se surgirem, busque atendimento médico para um tratamento adequado.