A gravidez molar é uma condição rara que ocorre devido ao crescimento anormal das células da placenta. Ela pode causar sangramentos vaginais que aparecem como um suco de ameixa, além de náuseas e vômitos. Essas características ajudam a identificá-la.
Esse tipo de gravidez acontece devido a problemas genéticos no óvulo fecundado, que fazem com que a placenta cresça de forma exagerada. Em ultrassons, a placenta se apresenta como um cacho de uvas. Em casos raros, essa condição pode levar ao câncer, conhecido como coriocarcinoma gestacional.
O tratamento da gravidez molar deve ser feito por um obstetra e pode envolver a realização de uma dilatação e curetagem, que é uma cirurgia para limpar o útero, ou até quimioterapia, dependendo da gravidade da situação.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da gravidez molar incluem:
- Sangramento vaginal escuro, parecido com suco de ameixa.
- Náuseas e vômitos intensos.
- Saída de tecido pela vagina, similar a uvas.
- Aumento significativo do útero em relação à data da gestação.
- Aborto espontâneo entre a sexta e a décima sexta semana de gestação.
Se a gestante apresenta também sintomas de tireotoxicose, como tremores, suor excessivo e palpitações, isso pode ocorrer entre a 14ª e 16ª semanas por causa dos altos níveis de beta-HCG no organismo. A pré-eclâmpsia, que é uma condição mais séria, pode surgir antes da 20ª semana de gestação.
Gravidez molar é câncer?
A gravidez molar é considerada uma forma de tumor benigno da placenta, mas pode evoluir para o câncer conhecido como coriocarcinoma gestacional em algumas situações. Isso ocorre quando as células da placenta se multiplicam mesmo após o tratamento, podendo invadir outros tecidos do corpo.
Nesses casos, o tratamento geralmente envolve quimioterapia para combater a doença.
Diagnóstico
O diagnóstico de gravidez molar é feito pelo obstetra levando em conta os sintomas, um exame ginecológico completo e exames de imagem e laboratoriais. Se for necessário, o médico fará a dosagem de beta-HCG no sangue, que é um hormônio que indica a presença de gravidez.
Um ultrassom obstétrico também será solicitado para avaliar a placenta e confirmar o tipo de gravidez molar. Isso normalmente é realizado entre a sexta e a nona semana de gestação.
Causas
As causas exatas da gravidez molar ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que estejam ligadas a alterações genéticas que fazem o tecido da placenta se multiplicar de forma anormal. Uma hipótese é a fecundação do óvulo por dois espermatozoides, alterando assim a genética necessária.
Quem tem maior risco?
Alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver uma gravidez molar incluem:
- Ser mãe antes dos 20 anos ou depois dos 35 anos.
- Ter histórico de gravidez molar ou outras doenças trofoblásticas.
- Ter um histórico familiar de mola hidatiforme.
- A presença de células no útero após abortamentos espontâneos ou gestações ectópicas.
Ademais, hábitos de vida, como fumar e ter uma dieta pobre em vitamina A e gorduras animais, podem dar uma forcinha para o desenvolvimento dessa condição.
Tipos de gravidez molar
Os dois principais tipos de gravidez molar são:
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Gravidez molar completa: Nesta condição, ocorre a fecundação de um óvulo sem núcleo por dois espermatozoides, fazendo com que o feto tenha apenas DNA do pai. Não há formação de feto detectável.
- Gravidez molar parcial: Essa é causada pela fecundação de um óvulo normal por dois espermatozoides ou por um espermatozoide diploide. Esse tipo normalmente apresenta um feto, mas frequentemente ocorre aborto espontâneo no início da gestação, pois o bebê não se desenvolve corretamente.
Tratamento
O tratamento deve ser orientado pelo obstetra logo após o diagnóstico, sendo fundamental para remover o tecido anormal. Os tratamentos mais comuns são:
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Dilatação e curetagem: Essa procedimento remove a placenta e todo o tecido anormal do útero, especialmente em mulheres que desejam preservar a fertilidade. Se a mulher for do tipo sanguíneo Rh negativo, a imunoglobulina Rh deve ser administrada para evitar futuras complicações.
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Histerectomia: Remoção total do útero, indicada para mulheres que não querem ter mais filhos ou que estão com risco elevado de desenvolvimento de câncer.
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Remédios para gravidez molar: Quando se desenvolve o câncer (coriocarcinoma gestacional), o uso de medicamentos quimioterápicos como o metotrexato pode ser necessário. O objetivo é eliminar células cancerígenas que possam ter permanecido após o tratamento.
- Acompanhamento médico regular: Após o tratamento, um acompanhamento rigoroso é essencial. Exames são feitos a cada 7 a 15 dias para checar os níveis de beta-HCG até que sejam normais ou negativos por três exames consecutivos.
Depois dessa fase inicial, é recomendado realizar consultas mensais por seis meses, enquanto que na gravidez molar parcial, o exame de beta-HCG é realizado um mês após o tratamento.