Governo de São Paulo Inicia Processo para Afastar a Enel da Distribuição de Energia
O governo de São Paulo iniciou o processo para afastar a Enel da distribuição de energia elétrica no estado, uma decisão que se baseia em problemas semelhantes enfrentados em Goiás. O estado goiano rompeu, recentemente, laços tanto políticos quanto regulatórios com a Enel, após constatar a baixa qualidade dos serviços prestados pela empresa.
A Enel assumiu a antiga Celg Distribuição em Goiás em 2016, após vencer um leilão de privatização por cerca de R$ 2,2 bilhões. Desde então, a companhia enfrentou crescentes reclamações sobre a qualidade do fornecimento de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) continuamente notificou a empresa por não cumprir as metas de continuidade no serviço.
A situação se agravou a partir de 2019, quando o governador Ronaldo Caiado começou a pressionar a Enel a fornecer melhores serviços, aumentar investimentos e agilizar o atendimento aos consumidores. Essa pressão culminou em multas, cobranças públicas e críticas por parte de parlamentares locais.
Além das falhas nos serviços, o diagnóstico de Goiás levantou preocupações sobre a transparência em relação aos recursos financeiros envolvidos na venda da distribuidora. Em 2022, a Enel transferiu sua operação para a Equatorial Energia, mas o processo de venda gerou dúvidas sobre os valores envolvidos e se houve prejuízos para a população.
Recentemente, a situação da Enel em São Paulo se tornou insustentável após apagões que impactaram fortemente a Região Metropolitana. Assim, o governo paulista, em conjunto com a prefeitura da capital e o Ministério de Minas e Energia, passou a defender a abertura do processo de caducidade do contrato da Enel com o estado, que controla a antiga Eletropaulo.
Dados regulatórios indicam que a Enel tem apresentado um desempenho insatisfatório em termos de continuidade do serviço, especialmente no Rio de Janeiro e no Ceará, onde também atua. Embora as situações em cada estado sejam diferentes, os problemas denunciados pelos consumidores são semelhantes, refletindo um descompasso entre as obrigações contratuais da empresa e as experiências dos usuários.