O projeto de lei conhecido como “lei anti-Oruam” já chegou a pelo menos 12 capitais do Brasil. No Rio de Janeiro, os vereadores Talita Galhardo, do PSDB, e Pedro Duarte, do Novo, são os responsáveis pela proposta.
O nome da lei faz referência a Oruam, um rapper que é filho de Marcinho VP, conhecido por ser um dos líderes do Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do país, que está preso desde 1996. O movimento em torno dessa proposta ganhou mais força quando a vereadora Amanda Vettorazzo, do União Brasil, foi a primeira parlamentar a apresentar um projeto similar, afirmando claramente que tinha Oruam como alvo principal.
Talita Galhardo, em suas declarações, procura distanciar a proposta de artistas específicos. Em uma entrevista recente, ela destacou: “Adoro funk e seria hipócrita ser contra o cantor A ou o cantor B”. De acordo com ela, a intenção do projeto é proibir a Prefeitura do Rio de Janeiro de patrocinar artistas que façam apologia ao crime. Ela enfatizou que não é contra o gênero musical, mas contra ações que incentivam ou glorificam atividades criminosas.
A vereadora também mencionou que tem enfrentado críticas e até algumas ameaças em resposta ao projeto, mas declarou que não tem medo. A proposta visa a proteção do dinheiro público, que, segundo Talita, não deveria ser usado para apoiar artistas que promovem comportamentos negativos em um momento em que o país lida com sérios problemas relacionados à violência e ao crime organizado.
Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, projetos semelhantes foram apresentados em várias outras cidades, como Belo Horizonte, Campo Grande, Fortaleza, Curitiba, Vitória, João Pessoa, Porto Alegre, Cuiabá, Porto Velho e Natal. Esses projetos refletem uma preocupação crescente sobre a influência que algumas letras e culturas artísticas têm na sociedade e no comportamento dos jovens.