O Supremo Tribunal Federal (STF) notificou, no dia 31 de outubro, o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Ele deverá responder em até 15 dias a uma queixa-crime apresentada pela ONG Me Too Brasil, que alega que Almeida cometeu difamação em pelo menos três ocasiões.
A ministra Cármen Lúcia, responsável por relatar o caso, decidiu acolher um pedido da Procuradoria-Geral da República para que Almeida fosse formalmente notificado sobre as acusações. A queixa se baseia em declarações públicas do ex-ministro após a divulgação de uma matéria do portal Metrópoles, que, em setembro de 2024, relatou que Almeida teria assediado mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
No dia seguinte à publicação da reportagem, enquanto ainda era ministro, Almeida usou suas redes sociais para se defender em um vídeo. Ele rejeitou as alegações, chamando-as de “mentiras” e “falsidades”, e afirmou que estava sendo alvo de uma campanha orquestrada para prejudicar sua imagem como homem negro e defensor dos direitos humanos.
Além disso, na mesma ocasião, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania fez uma publicação oficial em seu Instagram e no site do Governo Federal. O comunicado, que se intitula “Nota de esclarecimento sobre tentativa de interferência da Me Too na nova licitação do Disque 100”, foi considerado pela acusação como uma extensão dos ataques à ONG e à sua presidente. Segundo a queixa, isso gerou uma série de questionamentos e ataques diretos, prejudicando a reputação da Me Too Brasil e de sua liderança.
Em fevereiro de 2025, já fora do cargo de ministro, Almeida voltou a criticar a organização em uma nova postagem nas redes sociais, afirmando que “tentaram me matar” e acusando entidades de estarem pressionando instituições do Estado para prejudicá-lo. Nessa publicação, Almeida também citou ONGs que considerou suspeitas e denunciou manipulações de situações importantes para fins de poder e dinheiro.
As autoras da queixa-crime pedem a condenação de Silvio Almeida por três crimes de difamação, incluindo agravantes legais, além de uma reparação financeira pelos danos que teriam sofrido. Até o momento, a defesa de Almeida não se manifestou publicamente sobre as acusações.