O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi convocado pela Polícia Federal para prestar depoimento na próxima terça-feira, dia 25. Esse depoimento faz parte das investigações sobre acusações de importunação sexual contra ele. A defesa de Almeida já solicitou um adiamento para ter acesso total ao inquérito, que é o conjunto de informações e evidências coletadas até agora.
Recentemente, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 60 dias para que a Polícia Federal finalize as investigações. Antes de essa conclusão ocorrer, é necessário que Almeida seja ouvido. O ministro também determinou que a defesa do ex-ministro tenha acesso completo ao conteúdo do inquérito antes de seu depoimento.
Silvio Almeida sempre se manifestou contra as acusações, alegando que elas não são verdadeiras. Em outubro do ano passado, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, já tinha prestado depoimento sobre o caso, e outras pessoas que se dizem vítimas também foram ouvidas. Até o momento, os detalhes da investigação e a identidade das supostas vítimas estão em sigilo.
Fontes ligadas ao caso afirmam que as provas coletadas pela Polícia Federal são bastante detalhadas e podem ser suficientes para apresentar uma denúncia contra Almeida. Contudo, a decisão final sobre qualquer acusação ficará a cargo da Procuradoria-Geral da República, após a conclusão do relatório final da investigação.
As denúncias resultarão na demissão de Silvio Almeida do cargo de ministro, um posto que ele ocupava desde a nomeação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi substituído por Macaé Evaristo.
Recentemente, Almeida utilizou suas redes sociais para abordar as acusações que o levaram a deixar o governo Lula em setembro de 2023. Em um manifesto, publicado no dia 15, ele declarou que não busca compaixão ou uma segunda chance, mas sim justiça. O ex-ministro afirmou que tentaram denegrir sua imagem e transformá-lo em um vilão, algo que, segundo ele, não condiz com sua trajetória de professor respeitado e advogado.
As acusações relatadas incluem episódios de assédio sexual que supostamente ocorreram em 2023. Como resultado, existem duas investigações em andamento: uma pelo Ministério Público do Trabalho e outra pelo STF, solicitada pela Polícia Federal, com o caso sob sigilo judicial.
Anielle Franco é uma das pessoas que relataram ter sido vítima de Almeida, afirmando em seu depoimento que as abordagens inadequadas começaram no final de 2022. Silvio Almeida, por sua vez, nega todas as alegações e as considera absurdas, alegando que o objetivo delas seria prejudicá-lo e apagar suas conquistas e lutas ao longo da vida.
Em sua volta às redes sociais, Almeida anunciou que pretende relançar seu canal no YouTube e publicar uma nova edição de seu livro “Racismo Estrutural”, além de planejar a publicação de outros quatro livros.