Na última quinta-feira, 3, o deputado federal Ubiratan Sanderson, do PL do Rio Grande do Sul, participou de uma entrevista no programa Estúdio Oeste. Durante a conversa, ele denunciou o que considera serem “atos de intimidação” feitos por instituições que, segundo ele, estão sendo manipuladas pelo governo atual. O deputado também destacou a necessidade urgente de votação de um projeto de lei que propõe a anistia para os indivíduos que foram presos durante os eventos de 8 de janeiro de 2023.
Sanderson criticou o que chamou de “marcha autoritária” contra cidadãos que ele considera inocentes. Um exemplo citado foi o caso de uma cabeleireira chamada Débora dos Santos, que foi condenada a 14 anos de prisão e a pagar uma multa de R$ 30 milhões por ter pichado uma estátua durante os tumultos de janeiro. O deputado ressaltou que a pichação foi removida no dia seguinte ao ato e questionou a severidade da punição.
Durante a entrevista, Sanderson também se referiu ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, como alguém que estaria jogando em duas frentes. Ele fez uma metáfora, dizendo que Motta “acendeu uma vela pra Deus e uma vela pro diabo” e afirmou que o presidente deve esclarecer suas ações. Sanderson pediu que Motta coloque na pauta da Câmara a votação do projeto de anistia, afirmando que o que importa é que os projetos relevantes sejam discutidos, independente de como Motta irá votar.
O deputado afirmou que várias propostas importantes estão paradas no Congresso. Ele mencionou uma proposta para acabar com o foro privilegiado, que foi aprovada no Senado em 2017, mas que ainda não foi votada na Câmara. Sanderson argumentou que essa mudança ajudaria a diminuir as perseguições políticas.
Além disso, Sanderson expressou sua preocupação com a utilização de operações da Polícia Federal para intimidar as pessoas. Ele acredita que as instituições estão sendo controladas de forma a beneficiar o governo atual, mencionando o caso da deputada Carla Zambelli, que, segundo ele, foi julgada rapidamente sem ter cometido crime.
O deputado responsabilizou o Congresso por essa situação e disse que é o parlamento que permite essas práticas. Ele fez um apelo à população, pedindo um amplo movimento nas ruas, sugerindo que a Avenida Paulista fosse ocupada por mais de um milhão de pessoas em apoio à anistia. Sanderson concluiu ressaltando que os parlamentares precisam atender os interesses de seus eleitores e não apenas os de políticos específicos.