A Polícia Federal (PF) informou recentemente que o deputado federal Delegado Da Cunha, do partido Progressistas de São Paulo, estava sob ameaças do crime organizado, especificamente do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ex-mulher do deputado, Betina Grusiecki, também estava na lista de ameaçados pelos criminosos.
Essa informação veio à tona após a PF encontrar um cartão de memória entre os bens de Janeferson Gomes, conhecido como Nefo, que era o líder de um subgrupo do PCC chamado Sintonia Restrita. Esse grupo é especializado em sequestrar e eliminar pessoas. Nefo foi assassinado em junho do ano passado, e a PF começou a investigar suas atividades.
Durante a análise do cartão de memória, foram encontrados vídeos que mostram uma SUV Pajero preta de propriedade de uma empresa registrada no nome de Betina. Essas filmagens datam de 2019 e a PF acredita que a intenção era vigiar Betina para conseguir informações sobre o deputado Delegado Da Cunha.
A investigação é complexa, envolvendo mais de 7 mil páginas de documentos, e também está relacionada aos planos do PCC de sequestrar o senador Sergio Moro, que atualmente faz parte do partido União Brasil no estado do Paraná.
Delegado Da Cunha, que foi eleito em 2022, se destacou nas redes sociais por seus discursos e posicionamentos contra o crime organizado, especialmente em relação ao PCC. A PF revelou que é comum que agentes de segurança ocultem seus endereços e informações pessoais para se protegerem. Isso fez com que o PCC tentasse acessar os dados de sua ex-esposa como uma forma de descobrir mais sobre ele.
Esses dados foram obtidos pela PF durante a prisão preventiva de Nefo, que foi detido por sua participação nos planos de sequestro do senador Moro. Até o momento, o deputado não se manifestou sobre as ameaças que recebeu e a investigação em andamento.