O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu não apresentar denúncias contra Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, entre outros nove investigados. Eles estavam sendo investigados no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado relacionada às eleições de 2022. O padre e um jurista foram mencionados pela Polícia Federal como participantes na criação de um documento apelidado de “minuta golpista”.
Além deles, Fernando Cerimedo, um influenciador argentino, também não será denunciado. Ele havia feito alegações sobre irregularidades nas urnas eletrônicas logo após o segundo turno das eleições, mas a Polícia Federal não conseguiu provar que ele tinha a intenção de participar de um golpe ou se estava apenas tentando aumentar seu engajamento nas redes sociais. Cerimedo transmitiu ao vivo informações dizendo que as urnas antigas favoreceram o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, informação essa que, segundo a investigação, foi manipulada por Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Jair Bolsonaro.
A falta de menção do padre José Eduardo na denúncia gerou reações. Ele e o advogado Amauri Feres Saad foram inicialmente indiciados pela Polícia Federal, que os acusou de ajudar Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, a criar a famosa ‘minuta do golpe’. Após a decisão do procurador, o padre se manifestou em um vídeo no Instagram, onde seu advogado declarou que a análise do Ministério Público não encontrou provas para a denúncia, o que foi considerado uma vitória para eles.
Falando sobre Valdemar Costa Neto, o procurador esclareceu que não havia evidências de que ele soubesse que um relatório fraudado foi criado para questionar a eficiência de algumas urnas eletrônicas. Esse relatório serviu como base para um pedido de anulação de votos, que foi negado por um ministro do Supremo Tribunal Federal, que ainda multou o PL por isso. Gonet mencionou que a organização criminosa estava ciente da manipulação dos dados, mas não havia prova de que Costa Neto compartilhasse desse conhecimento.
Outros investigados, como os coronéis do Exército Alexandre Bitencourt, Anderson Lima de Moura e Carlos Pasini, bem como o general da reserva Laércio Vergílio, também não foram denunciados. A Polícia Federal tinha encontrado indícios de que esses militares estavam envolvidos em tentativas de pressão sobre o comando do Exército para apoiar um golpe, mas suas condutas serão analisadas em processos separados.
Essa situação está envolvendo muitos personagens e pode ter consequências importantes para o cenário político do Brasil, à medida que mais detalhes e desenvolvimentos surgem em relação a essas investigações.