Rodrigo de Freitas Ramalho, um motoboy de 35 anos, foi condenado a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à sua participação nos eventos do dia 8 de janeiro de 2023. Recentemente, ele foi preso em Buenos Aires, Argentina, quando tentava renovar seu visto de permanência no país.
A mãe de Rodrigo, Noemi Aparecida Schiavi, deu uma entrevista onde pediu apoio para a aprovação de um projeto de anistia que beneficiaria os condenados. Ela implora por ajuda das autoridades e dos parlamentares: “Imploro aos parlamentares, imploro a todas as autoridades”, disse, buscando a clemência para seu filho.
Noemi explicou que Rodrigo deixou o Brasil após sua condenação, buscando iniciar uma nova vida na Argentina. Ele estava legalmente registrado no país e se preparava para trabalhar como motorista de aplicativo. Ela mencionou que ele estava apenas indo renovar sua “precária”, que é a autorização provisória de residência, e que tinha todos os documentos em ordem. Segundo ela, não havia indícios de que ele pretendia sair do país.
Na hora da renovação, Rodrigo foi abordado e preso pelas autoridades argentinas. Ele havia até gravado um vídeo próximo ao setor de imigração, afirmando que seu único objetivo era regularizar sua situação. Durante a entrevista, Noemi contestou a severidade da pena de 14 anos imposta ao filho, ressaltando que Rodrigo não possui antecedentes criminais. “Quero ver as câmeras, quero ver o meu filho cometendo alguma coisa de errado”, afirmou, questionando a lógica de sua punição.
Ela fez uma comparação com outros criminosos que cometem crimes graves e que recebem penas mais leves, questionando: “Quando a gente vê criminosos que matam crianças, por que meu filho está preso por algo que nem sequer mostraram ser verdade?”
Noemi também levantou dúvidas sobre a possibilidade de extradição de Rodrigo, uma vez que ele havia solicitado refúgio na Argentina e estava cumprindo as leis locais. Ela enfatizou que seu filho não tinha antecedentes criminais nem no Brasil, nem na Argentina.
Ela deixou claro que não está fazendo isso como representante de um partido político. “Estou aqui como uma mãe, uma mãe que está sofrendo”, destacou Noemi, afirmando que a situação da sua família é muito dolorosa. Mesmo enfrentando problemas de saúde que dificultam sua locomoção, ela participou de uma manifestação em São Paulo a favor da anistia. Noemi revelou que encontrou outras mães na mesma situação, todas unidas na busca por justiça e apoio.
A família de Rodrigo vive um momento difícil. O motoboy tem dois filhos que sofrem de osteogênese imperfeita, uma condição conhecida como “ossos de vidro”, e estão recebendo acompanhamento psicológico. Noemi contou que as crianças estão muito afetadas emocionalmente, com um dos filhos manifestando até pensamentos suicidas.
Além disso, Noemi enfrenta sua própria batalha de saúde com um tumor cerebral que voltou a crescer, o que a preocupa, principalmente porque não sabe se conseguirá se recuperar totalmente. Ela fez um apelo emocional para que a anistia seja colocada em votação, pedindo que as autoridades e a sociedade se mobilizem para ajudar as famílias que estão em sofrimento. “Precisamos dessa anistia, precisamos de pacificação neste país. Minha vida está parada desde 8 de janeiro de 2023”, finalizou.