A ministra dos Direitos Humanos do Brasil, Macaé Evaristo, foi fotografada usando um keffiyeh, um lenço tradicional que se tornou símbolo da luta palestina. O lenço foi presenteado a ela por Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino-Palestino, durante um seminário realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos na última sexta-feira, 21.
O keffiyeh, que é geralmente preto e branco, passou a ser associado a movimentos políticos desde a década de 1930, especialmente por sua ligação com a resistência palestina. A cerimonialista do evento descreveu o lenço como “um símbolo da resistência dos nossos irmãos palestinos”.
No mesmo dia, Israel confirmou a morte de duas crianças, Ariel e Kfir Bibas, que tinham quatro e nove meses, respectivamente. Elas estavam sob a custódia do Hamas e, segundo informações, foram assassinadas. A mãe delas, Shiri Bibas, também foi sequestrada e, posteriormente, morta pelos terroristas. O assassinato dessas crianças chocou o mundo, levando até o governo argentino a declarar luto oficial.
Após o evento, Israel informou que um dos corpos enviados pelo Hamas como parte de um acordo de cessar-fogo, supostamente o de Shiri Bibas, era, na verdade, de uma mulher palestina que ainda não foi identificada. O Hamas admitiu que não enviou o corpo de Shiri e não esclareceu onde ele está.
O governo brasileiro, liderado pelo presidente Lula, não fez uma declaração pública sobre o caso das crianças Bibas. No entanto, o presidente já havia feito comparações entre as ações militares de Israel em Gaza e o Holocausto, assim como críticas a Israel e seus cidadãos.
Macaé Evaristo não é a única representante do governo Lula a se encontrar com Mohamad El Kadri. Ele já se reuniu anteriormente com outros ministros e assessores do governo, como o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o assessor Celso Amorim, discutindo o apoio à causa palestina.
Mohamad El Kadri é conhecido por suas declarações controversas, incluindo um posicionamento antissémito. Durante o atentado ocorrido em 7 de outubro, que resultou na morte de cerca de 1.200 israelenses por militantes do Hamas, ele estava no Líbano e fez uma declaração pública celebrando a ação. Em várias postagens nas redes sociais, El Kadri expressa apoio à criação de uma “Palestina livre do Rio ao mar”, uma frase que significa apoio à eliminação do Estado de Israel, englobando a região do rio Jordão até o mar Mediterrâneo.