O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, publicaram um artigo no jornal “O Globo” no dia 6 de setembro que aborda a importância da “cooperação global”. No texto, os líderes reafirmam seu compromisso em enfrentar as desigualdades sociais e a luta contra as mudanças climáticas, que consideram questões urgentes e interconectadas.
Esses temas serão discutidos em três grandes eventos durante o ano: a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que acontecerá em Sevilha, na Espanha; a 30ª Conferência das Partes (COP30), marcada para Belém, no Pará; e a cúpula do G20, em Johannesburgo, na África do Sul. Os presidentes afirmaram que as reuniões precisam resultar em “progressos reais” e destacaram a necessidade de um diálogo mais profundo e colaborativo entre os países.
Os líderes demonstraram preocupação com as desigualdades de renda entre nações e destacaram a importância de iniciativas que aliviem a dívida de países em desenvolvimento. Disseram também que é urgente buscar novos mecanismos de financiamento para que nações possam enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Para tanto, é necessário aumentar os fundos disponíveis para ajudar esses países em suas lutas.
Enquanto os presidentes falam sobre desenvolvimento sustentável e igualdade social, o Brasil enfrenta problemas significativos nessa área. Em fevereiro, foram registrados 1.800 focos de incêndio no país, conforme dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além disso, Lula comentou que é essencial que os líderes que participarão da COP30 conheçam a realidade de Belém, incluindo as condições das periferias e a situação de moradores em situação de rua.
Por outro lado, a declaração do presidente gerou críticas de parlamentares. A deputada Silvia Waiãpi, por exemplo, expressou que o presidente não deve “sacrificar os brasileiros do Norte do país para aceitar imposições de outros países.” Ela lembrou que um Estado que será sede de um grande evento internacional, como a COP30, não conseguiu evitar a morte de um adolescente por febre amarela, reforçando a crise da saúde na região.
O caso da morte de Daniel Chagas, um jovem de 16 anos que precisou buscar atendimento em outra cidade e não sobreviveu, evidencia os problemas que o Brasil ainda enfrenta, mesmo enquanto busca liderar discussões importantes sobre desigualdade e meio ambiente em nível global.