O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou na última sexta-feira, dia 14, sobre a possibilidade de o Brasil tomar medidas em resposta à nova taxação sobre o aço imposta pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump. Em suas declarações, Lula afirmou que o Brasil está preparado para “reagir comercialmente”, o que inclui apresentar uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) ou adotar tarifas sobre produtos importados dos EUA.
Essa situação surgiu após os EUA anunciarem a aplicação de tarifas recíprocas contra países que cobram impostos sobre produtos norte-americanos, e o Brasil está entre os afetados. Lula destacou que se o aço brasileiro for taxado, o Brasil poderá retaliar de forma comercial, mencionando as alternativas que o país terá à disposição.
Em uma entrevista à Rádio Clube do Pará, o presidente disse: “Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização Mundial do Comércio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles.” Isso mostra a disposição do Brasil em agir se seus interesses comerciais forem ameaçados.
Além disso, Luiz Lula mencionou que ainda não teve um diálogo direto com Donald Trump, mas reconheceu a importância das relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. Ele comentou que o Brasil considera os EUA como um país muito significativo para suas relações internacionais. Lula também destacou que as trocas comerciais entre os dois países são bastante equilibradas, ressaltando que os Estados Unidos são o único país que apresenta superávit em relação ao Brasil.
Lula concluiu suas observações afirmando que, apesar das opiniões que Trump pode emitir como presidente dos EUA, ele não pode simplesmente fazer o que deseja. Segundo o presidente brasileiro, qualquer medida que possa impactar outros países gerará uma reação.
Na semana anterior, Donald Trump anunciou um aumento de 25% nas tarifas sobre a importação de aço e alumínio, justificando essa decisão como uma forma de revitalizar a indústria americana e proteger a produção do país. O Brasil, por sua vez, já havia implantado uma política semelhante, com tarifas de 25% sobre alguns produtos de aço importados, medida que foi estabelecida pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e continua em vigor até maio deste ano. Essa tarifa aplica-se a volumes que ultrapassam as cotas definidas pelo governo.
No ano passado, o vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comentou que a tarifa atendia a um pedido da indústria siderúrgica nacional com o objetivo de reduzir a ociosidade do setor. Atualmente, Alckmin menciona a intenção de manter um diálogo com os norte-americanos para evitar um confronto comercial entre os dois países.