O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira, 24, que a Petrobras se tornou um “símbolo de corrupção”. Ele destacou que a opinião pública a vê como “um antro de ladrões” devido à ação de adversários políticos, referindo-se a grupos de extrema-direita que, segundo ele, têm tentado destruir a reputação da estatal.
Lula explicou que, para atacar uma instituição, as pessoas geralmente tentam reescrever sua história de maneira negativa. Ele enfatizou que muitos se esforçaram para manchar a imagem da Petrobras ao longo dos anos.
A Petrobras, ao longo do tempo, enfrentou sérios problemas de corrupção, com estimativas indicando que cerca de R$ 42,8 bilhões foram desviados dos cofres da empresa. Esses desvios ocorreram principalmente por meio de superfaturamento em contratos de obras e serviços, além do pagamento de propinas a políticos e a funcionários da estatal. O período em que a corrupção foi mais intensa na Petrobras ocorreu entre 2004 e 2014, quando a empresa estava sob gerência do Partido dos Trabalhadores (PT). Apesar disso, Lula afirmou que a responsabilidade pela imagem negativa da companhia também recai sobre os trabalhadores.
Durante a campanha presidencial de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro acusou a gestão anterior, do PT, de ter causado um alto endividamento da Petrobras, que ultrapassou os R$ 900 bilhões. Para ele, esse estado de coisas era resultado da corrupção e da má gestão do governo Lula.
Lula fez suas declarações durante um evento em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, que tinha como objetivo anunciar a retomada dos investimentos na indústria naval brasileira, interrompidos desde a Operação Lava Jato. Uma das principais definições do evento foi a compra de quatro navios do tipo handy, que têm capacidade de 15 mil a 18 mil toneladas.
Cada navio custará cerca de 69,5 milhões de dólares, o que equivale a aproximadamente R$ 400 milhões. O estaleiro Ecovix Mac Laren, localizado em Niterói, no Rio de Janeiro, será responsável pela construção dos cascos dos navios em Rio Grande, completando o serviço no litoral fluminense. O governo federal lançou a licitação para a construção em julho de 2024, dentro de um programa que visa renovar e ampliar a frota da estatal, com um investimento total de R$ 23 bilhões para a construção de 44 embarcações até 2029.
O empresário José Antunes Sobrinho, da Ecovix, comentou sobre a importância desse movimento, afirmando que, desde 2016, a construção dos cascos havia sido interrompida. Com o retorno das atividades, ele acredita que será possível recuperar os postos de trabalho perdidos durante os anos de crise, especialmente aqueles que existiam antes de 2016.