A Interpol e o Departamento de Estado dos Estados Unidos informaram que as evidências coletadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra o jornalista Allan dos Santos não são suficientes para justificar sua extradição. Por esse motivo, o pedido de extraditar Allan dos Santos foi negado e seu nome não foi adicionado à lista de foragidos internacionais. Além disso, todos os registros sobre o jornalista foram removidos do sistema da Interpol.
A Interpol afirmou que ainda não publicou a Notificação Vermelha em relação a Allan dos Santos, pois é necessário que sejam fornecidas mais informações sobre as acusações, especialmente relacionadas ao crime de lavagem de dinheiro que o jornalista teria cometido. Já o Departamento de Estado dos EUA condicionou o atendimento ao pedido de extradição a esclarecimentos sobre dois crimes em particular: organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Allan dos Santos é alvo de investigações no Brasil e se mudou para os Estados Unidos em meados de 2020. Em outubro de 2021, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão preventiva e pediu a extradição. Ele enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e incitação a crimes de calúnia e difamação. As investigações sugerem que suas ações teriam como objetivo desestabilizar a democracia brasileira. Allan dos Santos, por sua vez, nega as acusações e alega que é alvo de censura.
As acusações contra ele estão detalhadas na Petição 9935, que descreve que Allan dos Santos “produz e difunde conteúdos que demonstram adesão voluntária ao mesmo modo de agir da associação criminosa em investigação”. De acordo com a Polícia Federal, os conteúdos que ele criou tinham como metas atacar figuras públicas, desacreditar o processo eleitoral, intensificar a polarização política e minar a confiança nas instituições da república, além de outros crimes.