Durante uma entrevista no programa “Oeste com Elas”, realizada na última sexta-feira, a influenciadora Sophia Barclay discutiu sua visão sobre a questão da identidade de gênero em crianças. Segundo ela, o conceito de “criança trans” não deveria existir, e processos de redesignação de gênero deveriam ser realizados apenas após a infância, com a ajuda de profissionais qualificados.
Sophia, que é uma mulher trans e membro do Partido Liberal (PL), se apresenta nas redes sociais como “trans de direita” e frequentemente defende posições contrárias às ideias progressistas. Na entrevista, ela destacou que a infância deve ser um período onde as crianças são simplesmente crianças. Ela acredita que, se uma criança for realmente trans ou gay, isso se manifestará naturalmente em idades mais maduras, como aos 14 ou 15 anos. Nesse momento, segundo ela, é importante que a criança possua um suporte adequado de pais e especialistas, como psicólogos.
A influenciadora compartilhou sua própria experiência, mencionando que começou a entender sua identidade de gênero aos 15 anos, após passar por um período de dúvidas e falta de apoio familiar. Ela enfatizou que esse processo pode causar sofrimento nas crianças, que precisam de acompanhamento psicológico para lidar com suas emoções e autoimagem.
Sophia também se opôs à participação de crianças em eventos como paradas LGBT, argumentando que esses ambientes não são apropriados para menores. Ela expressou preocupação com a forma como a discussão sobre identidade de gênero está sendo introduzida nas escolas e na sociedade em geral, afirmando que isso pode gerar confusão e angústia.
Em relação à sua posição política, Sophia falou sobre os desafios que enfrentou como mulher trans de direita. Ela mencionou que muitos a atacam devido à sua visão crítica sobre a militância excessiva da esquerda e que já foi atacada por falar sobre as diferenças entre mulheres cisgêneras e trans. Segundo ela, a liberdade de expressão muitas vezes é limitada quando se vai contra o que é considerado a opinião dominante, especialmente na esquerda.
Sophia se declarou agradecida pelo apoio que recebeu da direita, incluindo experiências de acolhimento com ex-presidente Jair Bolsonaro e outros membros do PL. Ela afirmou que nunca se sentiu rejeitada nesse ambiente político, ao contrário do que muitos podem imaginar.
Em sua fala, também abordou a importância de reconhecer limites biológicos, defendendo que respeitar o espaço das mulheres cis é fundamental. Ela observou que, apesar de sua identidade como mulher trans, existem realidades biológicas que não mudam.
Sophia compartilhou sua própria jornada de transição, que começou aos 21 anos, quando já se sentia pronta emocionalmente e morava sozinha. Durante sua transição, passou por acompanhamento psicológico e buscou o apoio de pessoas próximas, destacando a influência positiva de figuras como a modelo Roberta Close.
Ela reforçou que decisões sobre transição não devem ser tomadas de forma impulsiva, especialmente por crianças. Para ela, o acompanhamento da família e a busca por ajuda profissional são essenciais para que os jovens possam compreender suas identidades sem pressões externas. Sophia acredita que o papel dos pais é observar, acolher e buscar apoio psicológico, sempre com serenidade e cuidado.
Por fim, ela compartilhou um pouco sobre sua relação com a fé, mencionando que encontrou suporte na igreja, mesmo em meio a tensões com partes da comunidade LGBT. Para ela, é fundamental que as pessoas busquem entender e aprender sobre a sexualidade e a identidade de gênero, ressaltando a importância do diálogo aberto e acolhedor.