A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro destacou a figura de Débora Rodrigues dos Santos como um símbolo da luta pela justiça no Brasil. Essa declaração ocorreu durante um ato em favor da anistia, realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, dia 6.
Durante o evento, Michelle segurou um batom e fez referência à cabeleireira Débora, que foi condenada a 14 anos de prisão após escrever a frase “perdeu, mané” em uma estátua do Supremo Tribunal Federal (STF). O ato de falar sobre Débora enfatizou a situação delicada da cabeleireira, que atualmente cumpre prisão domiciliar graças a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro Alexandre de Moraes, do STF, atendeu a essa solicitação, permitindo que ela permaneça em casa.
Entretanto, a prisão domiciliar vem acompanhada de restrições. Débora não pode receber visitas de amigos e enfrenta dificuldades emocionais, tanto para ela quanto para seus filhos. Segundo Tanieli Telles, advogada de Débora, as crianças sentem muito a ausência da mãe e, quando ela se afasta para ir a outro cômodo da casa, chegam a pensar que a polícia a levará de volta para a prisão. Isso gera desespero, e frequentemente as crianças perguntam: “Mãe, cadê você?”.
Além de Débora, Michelle também mencionou o caso de Adalgiza Maria Dourado, uma idosa de 65 anos que está enfrentando sérios problemas de saúde mental dentro do presídio. Michelle fez um apelo ao ministro Luiz Fux, do STF, pedindo que não deixasse Adalgiza morrer. Ela está lutando contra a depressão profunda, choro constante e crises de ansiedade, e foi condenada a 14 anos de prisão devido aos acontecimentos de 8 de janeiro.
Luis Felipe Cunha, advogado de Adalgiza, expressou preocupação de que, se nada for feito, a situação dela possa resultar em uma tragédia semelhante à de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, que faleceu dentro do Complexo Penitenciário da Papuda após um problema de saúde.
O ato em defesa da anistia reuniu diversas pessoas e se tornou um espaço importante para expor casos de pessoas que se sentem injustiçadas pelo sistema judicial. A mobilização e as declarações de figuras públicas, como Michelle Bolsonaro, chamam atenção para questões de saúde mental e justiça penal no Brasil.