O general Walter Braga Netto está preso há 80 dias na Vila Militar, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele enfrenta um processo judicial após ser acusado de envolvimento em um suposto plano de golpe no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As condições de sua prisão são rigorosas, com poucas visitas e banhos de sol supervisionados. Desde sua detenção, ele só teve acesso a alguns familiares e advogados, sendo que quaisquer outras visitas precisam ser autorizadas por um juiz.
Os advogados de Braga Netto, incluindo José Oliveira Lima, afirmam que ele está inconformado com as acusações e insiste que é inocente. O general se sentiu indignado ao saber da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos meios de comunicação e por meio de sua defesa.
Braga Netto é um dos 34 denunciados no caso, mas é o único que permanece preso, além de outros quatro militares, entre eles Mário Fernandes, que é um ex-secretário-executivo do governo Bolsonaro. Todos estão sob a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O general de quatro estrelas é o de maior patente entre os presos e cumpre sua pena em uma sala adaptada na 1ª Divisão do Exército, que inclui um banheiro exclusivo, TV, geladeira e ar-condicionado. As pessoas que o visitam não podem levar celulares para dentro da sala.
Desde sua prisão, a segurança da Vila Militar foi reforçada, e Braga Netto é monitorado 24 horas por dia. Ele tem direito a sair para tomar sol diariamente, mas sempre acompanhado de escolta policial do Exército.
As visitas a ele são limitadas e, até mesmo o comandante do Exército, general Tomás Paiva, fez uma visita de caráter protocolar em fevereiro, que durou apenas 15 minutos e sem nenhuma queixa do general sobre sua situação. Relatos indicam que a relação entre Braga Netto e Paiva não era muito próxima durante o governo de Bolsonaro e se deteriorou durante as investigações, onde mensagens indicam uma tentativa de constrangimento a militares.
Além da sua rotina, o Exército anunciou que os militares detidos estão isolados e têm acesso a serviços de assistência, como médicos e psicólogos. As visitas foram severamente restringidas após um alto número de visitas ao tenente-coronel Mauro Cid, que chegou a receber 73 visitas em apenas 19 dias, o que foi considerado excessivo pelo ministro Moraes.
No caso de Mário Fernandes, a situação é semelhante. Ele foi transferido para um local com comodidades semelhantes em Brasília, a pedido da defesa, para que pudesse estar mais próximo da família. A defesa também tentou levar um computador para ele, mas o pedido foi negado pelo STF.
No final do ano passado, tanto os advogados de Braga Netto quanto os de Fernandes solicitaram a revogação das prisões preventivas, alegando que não havia motivos para manter a detenção. No entanto, Moraes rejeitou os pedidos, considerando a prisão necessária para manter a ordem pública e garantir o progresso das investigações.