Neste domingo, dia 23, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo nas suas redes sociais, onde fez uma comparação entre os presos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e o sequestro do empresário Abílio Diniz, que ocorreu em 1998. Durante o vídeo, Bolsonaro comentou sobre a possibilidade de anistia e convocou um ato para apoiar essa ideia.
Ele relembrou que, em 1998, Luiz Inácio Lula da Silva, que na época era sindicalista, pediu ao então presidente Fernando Henrique Cardoso a liberação dos sequestradores de Diniz. Bolsonaro afirmou que Lula alegou que essa seria uma oportunidade para FHC ser lembrado na história como um grande democrata.
No vídeo, o ex-presidente criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e citou que os sequestradores que não eram brasileiros foram soltos, enquanto os envolvidos nos atos de janeiro continuam detidos. Ele mencionou o caso de Clériston Pereira da Cunha, conhecido como “Clesão”, que morreu durante a prisão e usou esse exemplo para mostrar a injustiça que, segundo ele, existe no sistema judicial. Além disso, citou o caso de Débora Rodrigues dos Santos, que está sendo julgada pelo STF e também criticou a pena de 14 anos dada a ela por “associação criminosa”.
Bolsonaro então convidou a população para um ato a ser realizado no dia 6 de abril, na Avenida Paulista, em São Paulo, com o objetivo de apoiar as famílias dos presos e discutir a anistia para aqueles que participaram dos eventos de 8 de janeiro. Os aliados de Bolsonaro no Congresso estão debatendo a questão da anistia, com alguns defendendo a ideia e outros, especialmente da oposição, se opondo.
A oposição rapidamente reagiu às declarações de Bolsonaro, argumentando que não há comparação entre o caso de Diniz e os eventos de janeiro, que consideram como tentativas de golpe. O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) afirmou que o Brasil não pode esquecer os eventos do dia 8 de janeiro e se manifestou contra a ideia de anistia. Movimentos de esquerda também estão organizando um ato, marcado para o dia 30 de março, com o lema “sem anistia”, que acontecerá uma semana antes do ato convocado por Bolsonaro.