No último domingo, dia 16, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez declarações contundentes em Copacabana, no Rio de Janeiro, durante um evento em defesa da anistia para as pessoas condenadas pelos atos de 8 de janeiro. Ele afirmou que continuará sendo um “problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo se estiver “preso ou morto”. Bolsonaro estava nos Estados Unidos no dia dos acontecimentos que geraram grande repercussão e disse que, se estivesse no Brasil naquele momento, provavelmente estaria preso ou até mesmo não estaria mais vivo.
Durante seu discurso, ele pediu aos seus apoiadores que continuassem a lutar por seus direitos, mesmo se algo lhe acontecesse no futuro. “Se alguma covardia acontecer comigo, continuem lutando”, afirmou. Ele mencionou que há suporte na Câmara dos Deputados para aprovar a anistia, mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decida vetar a proposta, prometendo que esses vetos seriam derrubados.
O evento contou com a presença de diversos apoiadores, incluindo parlamentares, pastores e governadores que são aliados de Bolsonaro. Ele também criticou as investigações sobre a tentativa de golpe no ano passado e sugeriu que as penas impostas aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro foram calculadas para justificar uma possível condenação contra ele. Em um momento mais emotivo, Bolsonaro prestou homenagem a pessoas que estão presas, lembrando especialmente de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, que faleceu na prisão em 2024.
Além disso, Bolsonaro reafirmou suas intenções de concorrer novamente à presidência nas eleições de 2026, argumentando que sua inelegibilidade poderia ser revertida. Ele questionou a razão por trás de sua inelegibilidade, perguntando se houve irregularidades associadas a ele que justificassem essa situação.
Este ato acontece em um momento importante, pois o STF se prepara para analisar a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa Bolsonaro de liderar supostas ações golpistas para impedir a posse do presidente Lula. A PGR também denunciou mais 33 pessoas nesse contexto. Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar penas de mais de 40 anos de prisão, além de ter sua inelegibilidade estendida. As acusações contra ele incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio público e formação de organização criminosa.