Augusto Cury, um renomado psiquiatra e autor no Brasil, pediu uma nova análise do caso de Débora dos Santos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em um vídeo, Cury criticou a pena de 14 anos de prisão proposta pelo ministro Alexandre de Moraes para a cabeleireira, que foi acusada de manchar com batom uma estátua em frente ao prédio do STF durante os eventos de 8 de janeiro.
Cury ressaltou a seriedade da situação, afirmando que enquanto Débora está sendo julgada e pode enfrentar uma longa pena de prisão, seus filhos estão sofrendo com a distância da mãe. Ele mencionou que a ausência dela afeta emocionalmente as crianças, criando traumas que podem impactar seu desenvolvimento.
O psiquiatra argumentou que a ação de manchar uma estátua com batom não pode ser comparada a crimes mais severos. Ele chamou a atenção para o fato de que portar uma arma illegalmente pode resultar em uma pena de até cinco anos, enquanto o ato de Débora pode levá-la a um castigo muito mais severo. Cury defendeu que a justiça deve ser imparcial, mas também considerada em suas decisões.
Além de Cury, a Comissão de Direito Penal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro também se manifestou contrária à pena proposta por Moraes. Eles argumentam que a gravidade das acusações contra Débora não se justifica, uma vez que o ato em questão foi apenas uma pichações com batom em um monumento público.
Débora está sendo acusada de várias infrações, incluindo associação criminosa armada, tentativa de derrubada do Estado democrático de direito e danos ao patrimônio da União. Contudo, a OAB-RJ destacou que a prova dos fatos se limita a uma simples pichação, sem violência ou armamento.
Por outro lado, Rui Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, também criticou a decisão de Moraes, chamando-a de “repugnante” e “ilegal”. Segundo ele, a manifestação de Débora não configura uma tentativa de golpe de Estado, mas sim um ato que deveria ser analisado com mais cuidado.
Esse caso gerou polêmica e levantou questões sobre as sanções aplicadas a atos de protesto e a importância da análise justa e humana nas decisões judiciais. A discussão continua em diferentes setores da sociedade, refletindo a diversidade de opiniões sobre justiça e manifestações.