Na noite de terça-feira, 18, a equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR está acusando 34 indivíduos, incluindo Bolsonaro, de tentativas de golpe e de desestabilização institucional.
O advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que já exerceu a função de secretário de Comunicação do governo, afirmou que a denúncia é “inepta”, ou seja, falta fundamento. Ele argumentou que não há provas que conectem o ex-presidente às acusações feitas no documento elaborado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Wajngarten também destacou que a denúncia depende de uma única delação que, segundo ele, foi modificada várias vezes e levantou dúvidas sobre a veracidade das declarações do delator.
O delator mencionado por Wajngarten é o coronel do Exército Mauro Cid, que foi ajudante de ordem de Bolsonaro durante sua presidência. Cid teria expressado sua insatisfação sobre o processo de delação premiada em áudios que foram divulgados anteriormente. Ele alegou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já teria uma “sentença pronta” para ele, o que levantou preocupações sobre a imparcialidade do processo.
A denuncia da PGR será analisada pelo STF, com o ministro Moraes sendo o relator. Ele receberá um documento extenso, com 270 páginas, que detalha as acusações. A defesa de Bolsonaro afirmou confiar no julgamento da corte e acredita que a denúncia não se sustentará devido à sua falta de coerência e substância.
De acordo com a PGR, Jair Bolsonaro e os outros acusados teriam realizado ações que ameaçaram os Três Poderes e o Estado Democrático de Direito. As acusações são graves e incluem cinco crimes: formação de organização criminosa armada, tentativa de derrubada do Estado Democrático, golpe de Estado, danos graves ao patrimônio da União e deterioração de bens protegidos por lei.
A defesa de Bolsonaro emitiu uma nota na qual expressa seu espanto e indignação com as acusações. Wajngarten ressaltou que o ex-presidente jamais participou de qualquer ação que visasse enfraquecer as instituições democráticas e enfatiza que, após dois anos de investigações, não foram encontrados elementos que ligassem Bolsonaro às supostas atividades ilícitas.
No comunicado, a defesa afirma que não houve qualquer prova substancial ou mensagem que suporte as alegações feitas contra o ex-presidente. Eles concluem reafirmando a confiança de Bolsonaro na Justiça e na certeza de que a denúncia não se sustentará diante do Judiciário.