O governo do presidente Lula enfrenta um momento delicado, especialmente no que diz respeito à sua aprovação entre os brasileiros. Um levantamento realizado pela empresa de pesquisa Quaest revelou que a desaprovação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alcançou 58%, o que é o dobro dos índices registrados em dezembro. Por outro lado, a sua aprovação despencou de 40% para apenas 10% em três meses.
Em reação a esses números, Fernando Haddad criticou a pesquisa, chamando-a de “consulta informal” e afirmando que não pode ser considerada uma pesquisa real. Segundo ele, uma consultoria com apenas 100 entrevistados não é representativa e não reflete a realidade ampla da população. Segundo o ministro, pesquisas sérias envolvem milhares de pessoas e análises mais robustas. Essa abordagem de desqualificar pesquisas desfavoráveis não é nova entre os políticos brasileiros, que muitas vezes atacam os dados ao invés de abordar as questões que geram insatisfação na população, como a atual crise econômica.
A situação da economia é preocupante, com a inflação alta ultrapassando quase o dobro da meta estabelecida. O governo, ao que parece, tem enfrentado desafios significativos na gestão fiscal. Isso se reflete na percepção negativa do público em relação à condução da economia.
Além disso, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também gerou polêmica ao afirmar que a Justiça muitas vezes precisa libertar pessoas porque a polícia “prende mal”. Essa fala gerou indignação entre a população, especialmente em um contexto em que a sensação de insegurança é forte. A polícia tem sido criticada por não prender criminosos de forma eficaz e, mesmo quando acaba prendendo, muitas vezes os processos resultam em liberdade nas audiências de custódia.
Esse sistema, que muitos consideram permissivo, permite que indivíduos com antecedentes criminais recorrentes sejam liberados após a prisão, o que contribui para um ciclo contínuo de criminalidade. Recentemente, a capitã da PM paulista, Jaqueline Pereira, destacou no ar a ficha criminosa de um indivíduo que, mesmo após 16 prisões, sempre acabava sendo libertado.
Em um esforço para melhorar a imagem do governo e demonstrar que está ciente das preocupações da população, Lula anunciou a PEC da Segurança Pública, buscando aumentar a participação do governo no combate ao crime. Ele enfatizou que não se pode permitir que a criminalidade, como o roubo de celulares, assuste os cidadãos.
É importante notar que essas declarações de Lula ocorreram logo após uma controvérsia anterior, onde ele tinha se posicionado de maneira mais crítica em relação a jovens infratores, sugerindo que a violência por parte da polícia poderia ser um problema. Lula também tem tentado se aproximar do público evangélico, fazendo referências a sua fé durante eventos públicos, numa tentativa de conquistar esse segmento da população que se mostrou mais relutante em apoiá-lo.
A situação, portanto, é complexa, e os problemas que o governo enfrenta vão além de apenas questões econômicas. A segurança pública e a confiança nas instituições são temas centrais para a população e, ao que tudo indica, essas questões exigem uma atenção urgente e aprofundada por parte da administração atual.