A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, conhecida como Usaid, foi criada em 1961 com o objetivo de ajudar em questões humanitárias ao redor do mundo. Desde então, ela se tornou uma das principais fontes de financiamento de projetos e políticas consideradas progressistas em diversos países, incluindo o Brasil.
Todos os anos, a Usaid disponibiliza bilhões de dólares para diferentes iniciativas. Grande parte desse dinheiro é utilizada em projetos que combatem a fome em várias regiões, promovem tratamentos de doenças, distribuem vacinas e enviam alimentos a áreas em conflito. Além disso, uma parte significativa é repassada a Organizações Não Governamentais (ONGs) que defendem pautas ligadas à esquerda política.
No Brasil, várias instituições, tanto privadas quanto públicas, já receberam apoio financeiro por meio da Usaid. A lista de organizações beneficiadas é extensa, mas muitas delas operam de forma indireta, o que dificulta a obtenção de dados completos sobre todos os financiamentos. Assim, pode-se destacar algumas das ONGs que tiveram algum tipo de envolvimento com questões ideológicas.
Por exemplo, em maio de 2024, a Usaid anunciou um investimento de aproximadamente 17,8 milhões de dólares para projetos de conservação da Amazônia, envolvendo entidades como o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) e o Instituto Ouro Verde (IOV). Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ISA se destacou por realizar campanhas contra as políticas ambientais do governo, criticando frequentemente a gestão pelas suas práticas.
Outra organização, a WWF Brasil, recebeu cerca de 4 milhões de dólares para apoiar comunidades na bacia do Rio Tapajós. Em 2022, essa ONG, em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, apresentou uma denúncia contra Bolsonaro na ONU por alegações de destruição ambiental e violações de direitos humanos.
Além de ONGs que trabalham com questões ambientais, a Usaid também esteve envolvida em ações para combater as chamadas “fake news”. A agência, em colaboração com o Departamento de Estado dos EUA, financiou o Centro Internacional de Jornalistas (ICFJ), que, junto ao YouTube Brasil, premiou várias iniciativas de mídia com valores de até 13.750 dólares em um projeto chamado “Jogo Limpo 2.0”. Entre os premiados estava a Alma Preta, uma organização focada em jornalismo e questões étnico-raciais, que trabalhou com o Sleeping Giants Brasil, uma campanha que busca retirar publicidade de veículos que não seguem uma agenda progressista.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também participou de ações com a Usaid, promovendo eventos para combater a desinformação durante o período eleitoral. Em 2021, o TSE elaborou um guia voltado para esse tema, resultado de uma parceria com o Consórcio para Eleições e Fortalecimento do Processo Político (CEPPS), que é supervisionado pela Usaid e inclui diversas organizações voltadas para questões eleitorais.
O escritório da Usaid no Brasil tinha uma equipe entre 11 e 50 funcionários. Nos últimos anos, a agência anunciou investimentos voltados para o combate a incêndios florestais, promovendo a inclusão de gênero na conservação da biodiversidade e fortalecendo diversas instituições, além de treinar milhares de pessoas.
Recentemente, foi anunciado o fechamento da Usaid pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Essa decisão poderá afetar diretamente a continuidade de projetos e financiamentos em andamento, impactando organizações no Brasil que dependem desse suporte financeiro. Isso pode resultar em um enfraquecimento temporário de algumas pautas progressistas que recebiam apoio da agência.