Adalgiza Maria Dourado, uma mulher de 65 anos, foi condenada a 14 anos de prisão devido à sua participação nos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Desde maio de 2024, ela está detida no Presídio Feminino do Distrito Federal, conhecido como Colmeia. A decisão pela prisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que alegou que Adalgiza não cumpriu medidas cautelares estabelecidas pela Justiça.
Além do desafio de lidar com a vida na prisão, Adalgiza enfrenta sérios problemas de saúde mental. Ela está lidando com depressão profunda, pensamentos suicidas, crises de ansiedade e choro constante. Em uma consulta médica em agosto de 2024, a idosa relatou ter sofrido ataques de pânico, refletindo a gravidade da sua situação emocional.
O prontuário médico de Adalgiza indica que seu estado de saúde mental é de preocupação. O médico que a avaliou solicitou aos agentes penitenciários que não a deixassem sozinha em sua cela, pois existia o risco de suicídio. Essa situação se agravou após a condenação, que trouxe um impacto emocional significativo.
O prontuário médico também revela que Adalgiza já havia perdido várias pessoas da família para suicídio, aumentando seu desespero. Ela mencionou que planejava se enforcar dentro do presídio. A idosa também enfrenta dificuldades para dormir, alegando que a qualidade do colchão em que dorme não ajuda na sua saúde.
Além disso, seu prontuário aponta que Adalgiza sofre de tonturas ocasionais, que em um caso específico a quase fizeram cair no banheiro. Essas tonturas estão associadas às medicações que ela toma para lidar com seus pensamentos suicidas.
Diante dessa situação crítica, o advogado de Adalgiza, Luiz Felipe da Cunha, contatou a Organização dos Estados Americanos (OEA) para relatar violação de direitos humanos. Ele busca que a OEA recomende à Justiça brasileira a concessão de prisão domiciliar, uma vez que a idosa está em “risco de morte”. Antes de ser presa, Adalgiza atuava como voluntária em uma organização que apoia pessoas vivendo com HIV, o que demonstra seu compromisso com o bem-estar social.
Cunha também fez requisições para que Adalgiza receba atendimento médico e psiquiátrico, especialmente para lidar com arritmia cardíaca, depressão profunda e pensamentos suicidas. Embora a Justiça do Distrito Federal tenha autorizado a realização dos exames necessários, até o momento, esses procedimentos ainda não foram realizados.