Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, fez um anúncio que pode impactar o mercado de transporte. Ele afirmou que, na próxima década, motoristas que trabalham para aplicativos, como a própria Uber, poderão ser substituídos por veículos autônomos. Essa declaração foi feita em uma entrevista, na qual Khosrowshahi destacou os avanços da inteligência artificial e como esses desenvolvimentos estão mudando o setor.
O CEO acredita que, nos próximos 15 a 20 anos, os veículos autônomos se tornarão mais competentes do que motoristas humanos. Ele menciona que essas máquinas serão treinadas com uma quantidade imensa de dados, o que as permitirá operar de maneira mais eficiente. Diferentemente dos humanos, os robôs não se distraem e isso os torna potencialmente melhores ao volante.
Atualmente, mais de sete milhões de pessoas trabalham como motoristas ou entregadores de aplicativos apenas nos Estados Unidos. Com a evolução da tecnologia, essa realidade pode mudar. Khosrowshahi prevê uma transição gradual, onde tanto motoristas humanos quanto veículos autônomos coexistam nos próximos 10 anos, até que os carros sem motorista se tornem a norma.
Pesquisas recentes da Universidade da Califórnia analisaram acidentes envolvendo carros autônomos e motoristas humanos, revelando que os veículos autônomos tendem a ser mais cautelosos na maioria das situações. Porém, eles enfrentam dificuldades em condições de pouca luz, como à noite ou ao amanhecer, o que ainda representa um desafio para sua implementação.
Khosrowshahi também destacou que essa mudança no setor não será abrupta e ocorrerá ao longo do tempo. Ele utilizou como exemplo os carros autônomos da Waymo em São Francisco e os veículos da Tesla que fazem trajetos específicos em Las Vegas, como o trajeto entre o aeroporto e o centro da cidade.
Além disso, um estudo da Universidade de Oxford sugeriu que, nas próximas duas décadas, mais da metade das ocupações atuais pode desaparecer devido ao avanço da tecnologia. No Brasil, essa situação é preocupante, já que 58,1% dos empregos formais e 62% dos informais podem correr risco de extinção por conta das inovações tecnológicas.
No entanto, especialistas têm visões diferentes sobre como essa transformação acontecerá. Khosrowshahi acredita em um futuro onde motoristas de aplicativos serão cada vez menos necessários em um período de dez anos. Por outro lado, outros especialistas argumentam que a adoção em massa de veículos autônomos enfrentará dificuldades em termos de regulamentação e aceitação social.
Mesmo com as incertezas, a Uber está se preparando para o futuro. A empresa está investindo em pesquisas e parcerias para desenvolver uma frota de veículos autônomos, com o objetivo de diminuir custos e aumentar a eficiência. Khosrowshahi tem em mente que o primeiro passo para essa mudança será a introdução da tecnologia em rotas mais simples, expandindo gradualmente para outras áreas e situações.