Na mais recente eleição federal da Alemanha, a aliança de centro-direita parece estar a caminho de garantir a vitória. De acordo com as pesquisas de saída, a União Democrata Cristã (CDU), junto com seu partido irmão na Baviera, a União Social Cristã (CSU), deve receber cerca de 29% dos votos. O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) deve ficar em segundo lugar, com aproximadamente 19,5%.
O resultado das eleições é significativo, especialmente para a economia alemã, que é a maior da Europa. Com isso, o atual chanceler Olaf Scholz e seu partido, o Partido Social-Democrata (SPD), devem ficar em terceiro lugar, de acordo com as pesquisas.
Historicamente, os partidos na Alemanha raramente conseguem conquistar a maioria dos votos sozinhos. Por isso, Friedrich Merz, líder da CDU, precisará formar uma coalizão com um ou mais partidos para conseguir governar. As opções mais prováveis para a CDU incluem o SPD e/ou o Partido Verde.
Essa eleição foi convocada de forma antecipada após a desintegração da coalizão governamental de três partidos em novembro, causada pela demissão do então ministro da Fazenda, Christian Lindner, da Alemanha Livre (FDP), que se recusou a suspender a regra da dívida do país. Essa regra limita o endividamento anual do governo federal a 0,35% do PIB. Após perder uma votação de confiança em dezembro, Scholz decidiu realizar novas eleições.
As pesquisas já indicavam, antes da votação, que a CDU/CSU poderia ser a vencedora, citando uma expectativa de cerca de 30% dos votos. O partido parece ter ganhado popularidade com uma postura mais firme em questões importantes, como a migração, prometendo um controle de fronteiras mais rigoroso e uma aceleração dos processos de asilo. Além disso, a CDU planeja manter a regra da dívida, reduzir a taxa de imposto corporativo para no máximo 25% e eliminar a burocracia desnecessária. O partido também reafirmou seu compromisso de apoio à Ucrânia.
A realização deste pleito ocorre em um momento crucial para a Alemanha, que enfrenta uma administração americana comandada por Donald Trump, a qual já ameaçou impor tarifas à União Europeia e procurou afastar a Europa das negociações sobre a guerra na Ucrânia. A Alemanha, um membro importante da OTAN, desempenha um papel fundamental ao fornecer ajuda militar à Ucrânia e será crucial na definição das futuras relações da Europa com o governo americano.
Além disso, a AfD chegou às eleições com uma forte exibição nas eleições regionais anteriores e apoio de figuras como Elon Musk, que participou de um evento virtual de campanha do partido e fez declarações favoráveis à sua postura anti-imigração, declarando que apenas a AfD poderia “salvar a Alemanha”.