O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está fazendo ameaças à Irã, sugerindo que poderá realizar bombardeios para forçar um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano. Essa declaração se dá em um momento em que os EUA estão deslocando bombardeiros B-2 stealth, que são aviões de combate de última geração, para uma base estratégica no Oceano Índico, conhecida por ser utilizada em operações no Oriente Médio.
Durante uma entrevista, Trump afirmou que, se o Irã não aceitar um novo acordo nuclear, os Estados Unidos poderão bombardeá-los, ameaçando que será um tipo de ataque “como eles nunca viram antes”. O prazo dado por Trump para que o Teerã concorde com o novo trato é de dois meses, ou o regime iraniano enfrentará ações militares. Contudo, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse que o país não está interessado em negociações diretas com os EUA, mas estaria aberto a diálogos indiretos.
Vale lembrar que Trump havia retirado os EUA de um importante acordo nuclear com o Irã em 2015, o que aumentou as tensões entre os dois países. A presença dos bombardeiros B-2 em Diego Garcia, uma pequena ilha britânica no Oceano Índico, foi confirmada por porta-vozes das forças aéreas americanas, que informaram que esses aviões estão disponíveis para “dissuasão, detecção e, se necessário, derrota de ataques estratégicos contra os Estados Unidos e seus aliados.” Imagens de satélite mostraram que, pelo menos, três desses bombardeiros estavam na base na semana passada.
O B-2 Spirit é um bombardeiro estratégico de longo alcance, projetado para realizar ataques em locais de difícil acesso, e a Força Aérea dos EUA possui apenas 19 desse tipo de aeronave. Cada B-2 pode carregar até 18 mil quilos de armamento, incluindo bombas que podem penetrar em bunkers subterrâneos, algo que seria necessário para atingir as instalações nucleares do Irã, que estão localizadas em locais fortificados.
Ainda não está claro qual é a motivação exata para o deslocamento dos B-2 para Diego Garcia, mas eles podem ser usados como uma demonstração de força contra o Irã e seus aliados. Recentemente, os EUA realizaram ataques aéreos contra rebeldes Houthi, apoiados pelo Irã, que têm intensificado os ataques a navios militares e civis na região do Mar Vermelho.
Além disso, a situação é preocupante, pois os Houthis demonstraram recentemente sua capacidade de lançar mísseis de longo alcance, incluindo um ataque a Israel, em resposta à guerra em Gaza. A movimentação dos B-2 acontece ao mesmo tempo em que os EUA estão aumentando sua presença militar no Oriente Médio, com mais de 300 membros da Guarda Aérea do Idaho sendo enviados para a região, junto com várias aeronaves de ataque A-10.
A Marinha dos EUA também está enviando outro porta-aviões, o USS Carl Vinson, que se juntará ao USS Harry S. Truman, ambos envolvidos em operações de combate contra os rebeldes Houthis. Quando o Vinson chegar, será o quinto porta-aviões dos EUA a atuar nesse conflito, mostrando a seriedade das ações americanas na região.