A Supermicro Computer, fabricante de servidores e parceira da Nvidia, enfrentou um atraso na entrega de seus relatórios financeiros anuais devido a uma disputa com seu antigo auditor, a EY. A empresa conseguiu entregar os documentos atrasados e agora alega que a responsabilidade pelo atraso foi da EY, que se afastou da Supermicro em outubro de 2024, citando preocupações com a governança financeira interna da companhia.
No dia 10, a Supermicro apresentou o relatório anual referente ao ano fiscal de 2024, além dos primeiros dois relatórios trimestrais do ano fiscal de 2025, à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Este atraso levou a Supermicro a correr risco de ser retirada da lista da Nasdaq 100, uma vez que não cumpria os requisitos de compliance. Em dezembro, a Nasdaq concedeu uma prorrogação para a entrega dos documentos.
Em um comunicado oficial, a Supermicro confirmou que agora está em dia com suas obrigações de relatórios financeiros. A empresa explicou que o atraso se deu em razão das preocupações levantadas pela EY, que foram a causa da rescisão do contrato. Em julho de 2024, a EY expressou suas preocupações sobre a transparência e a integridade das informações financeiras da Supermicro para o conselho de administração.
Além disso, um relatório de uma firma de pesquisa, que já não existe mais, levantou “sinais de alerta” em relação às práticas contábeis da Supermicro, mencionando transações relacionadas não divulgadas e falhas no controle de exportação. A Supermicro refutou as alegações contidas nesse relatório, afirmando que contêm afirmações falsas e enganosas.
Após a saída da EY, a Supermicro contratou a BDO, uma empresa de contabilidade da Bélgica. A BDO, após realizar sua auditoria, informou que as declarações financeiras da Supermicro apresentavam uma posição financeira adequada e verdadeira. De acordo com a Supermicro, a revisão de um comitê especial que investigou as preocupações levantadas pela EY não trouxe à tona problemas significativos sobre a integridade da gestão ou do comitê de auditoria.
O fundador e CEO da Supermicro, Charles Liang, classificou a entrega dos relatórios como um “marco importante” para a companhia. Após a apresentação dos documentos, as ações da Supermicro subiram mais de 12%, pois a empresa recuperou a conformidade com os requisitos de listagem da Nasdaq. Vale ressaltar que a Supermicro, que se destacou por ser uma das primeiras empresas a trabalhar com grandes fabricantes como Nvidia, AMD e Intel, viu sua valorização aumentar significativamente, com as ações tendo subido mais de 1.000% desde o início de 2022. Este ano, os papéis da empresa já cresceram 67%, e suas vendas mais que dobraram, passando de 7,12 bilhões de dólares para 14,9 bilhões em 2024.