Desde 2019, meu esposa e eu temos vivido uma vida nômade, viajando pelo mundo e já visitamos mais de 43 países. Embora nossa rotina pareça ideal, estamos enfrentando vários desafios, principalmente relacionados a vistos e regras de imigração.
Como cidadãos americanos, temos a vantagem de ter um dos passaportes mais fortes do mundo, o que nos permite entrar em muitos países sem a necessidade de visto. No entanto, não estávamos cientes de que as regras de viagem na Europa poderiam complicar nossos planos.
Uma das principais dificuldades que encontramos se origina das regras do Espaço Schengen. Essas regras estabelecem que cidadãos não pertencentes à União Europeia podem permanecer na zona Schengen por no máximo 90 dias dentro de um período de 180 dias. A zona Schengen é composta por 29 países europeus, como França, Itália, Alemanha, Espanha, Bélgica e Países Baixos, que compartilham critérios parecidos para a entrada de visitantes. Os cidadãos que moram nesses países podem viajar livremente entre eles, sem passar por controles de fronteira.
Para muitos turistas que viajam para a Europa por menos de 90 dias, essas regras não são um grande problema. No entanto, para nós, isso significava que muitos países europeus ficavam fora do nosso alcance para viagens longas. Sabíamos que, para ficar na Europa por mais tempo, precisaríamos de um visto de residência.
Muitos países oferecem diferentes tipos de vistos de residência, como vistos para nômades digitais ou para aposentados. No entanto, a aplicação para um visto pode ser complicada e demorar meses, ou até anos, para ser aprovada. Em um momento, tentamos obter um visto de aposentadoria na Espanha. Após meses de papéis e despesas, nosso pedido ainda não havia sido aprovado.
Diante dessa situação, decidimos não esperar mais por um visto. Em vez disso, começamos a usar uma estratégia chamada “Schengen shuffle”. Essa estratégia é bem conhecida entre os expatriados e envolve entrar e sair da zona Schengen de forma planejada para não ultrapassar o tempo permitido. Por exemplo, se passamos quase 90 dias explorando Espanha e Itália, decidimos viajar para países fora da zona Schengen, como Malásia ou Bósnia, antes de retornar a qualquer país da zona.
Felizmente, como nômades, temos uma grande flexibilidade e nos adaptamos bem a essa estratégia. Contudo, é importante destacar que fazer o “shuffle” vem com riscos. Se violarmos as regras do Schengen, as consequências legais podem ser severas, incluindo prisão, deportação, proibições de entrada e multas.
Enquanto não conseguirmos um visto de residência na Europa, continuaremos atentos às regras de imigração em todos os países que visitamos, pois é fundamental que todos os viajantes façam o mesmo. As regras podem mudar com frequência, e é importante estar informado para evitar problemas.