Ter filhos na meia-idade trouxe uma nova dimensão para a vida de uma mãe de 57 anos. Ela teve seu primeiro filho, um menino, quando tinha apenas 18 anos. Na época, se sentia despreparada e inexperiente, como se estivesse passando pela sua própria adolescência ao mesmo tempo em que criava um filho.
Duas décadas depois, aos 38 anos, a mãe deu à luz sua filha mais nova, que se juntou a uma irmã de 2 anos. Não pensou que, ao completar 51 anos, teria que lidar com duas adolescentes em casa, o que trouxe desafios inesperados. Em meio a momentos de tensão, como discussões entre as irmãs, a mãe se viu reagindo com raiva ou lágrimas, apenas para ser interrompida pelas risadas delas, que diziam: “Não é tão sério, mãe”. Essa dinâmica a impediu de se perder em dúvidas sobre a menopausa, já que suas filhas a mantinham ocupada.
Para se conectar melhor com as filhas, ela faz um esforço consciente de entender a linguagem dos adolescentes. Ao se comunicar com suas filhas mais velhas, que agora estão na faculdade, evita usar pontuação, pois isso as faz pensar que ela está brava. Um exemplo disso é quando a filha mais velha pediu para que o pai não usasse pontos no WhatsApp, porque isso a deixava nervosa.
Falar a “língua dos jovens” a ajuda a se sentir próxima delas e a entender melhor o que se passa em suas vidas. Essa comunicação também cria um espaço de confiança, permitindo que as filhas compartilhem mais com a mãe. Para ela, é importante não forçar a entrada em seus mundos, mas se manter aberta para ser convidada a participar.
Quanto à música, a mãe decidiu não impôr suas preferências da década de 80, mas abraçar as músicas que suas filhas gostam. A surpresa dos amigos delas ao ver que ela conhece letras de artistas contemporâneos, como Sabrina Carpenter e Doja Cat, gera um vínculo e mantém a música como uma ponte entre gerações.
As atividades esportivas das filhas também a tiraram da sua zona de conforto. Ela enfrentou o trânsito pesado de Nova York para levá-las a aulas de esgrima e se envolveu em eventos equestres, o que proporcionou novas experiências e desafios.
Sua filha mais nova também influenciou seu estilo, como se tivesse uma assessora de moda ao seu lado. As amigas da filha chamaram-na de “baddie”, um termo elogioso, que a faz se sentir valorizada em uma fase da vida em que muitas mulheres sentem que passaram despercebidas.
Além de tudo isso, a alegria trazida pelas filhas é algo que ela valoriza, com risadas que podem se transformar em lágrimas de tanto rir, algo que ela considera um verdadeiro elixir da juventude.
Em julho, sua filha mais nova completará 20 anos. Ser mãe de adolescentes mais tarde na vida teve seus desafios, mas essa mãe afirma que não trocaria essa experiência por nada. Ela reflete sobre seu avô, que sempre se cercou de jovens e agora compreende melhor por que isso era tão importante para ele.