O comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos fez um alerta importante para os soldados sobre o uso de celulares em ambientes de combate. O uso desses dispositivos pode revelar a localização das tropas, tornando-as vulneráveis a ataques inimigos. Esse alerta é especialmente relevante em contextos de guerra, como o que está acontecendo na Ucrânia, onde incidentes envolvendo o uso de celulares tiveram consequências fatais.
Recentemente, o comandante distribuiu um vídeo para as tropas, que começa com a cena de um fuzileiro marinho que, após fugir do fogo inimigo, se esconde em um prédio abandonado. Achando que estava seguro, ele decide usar seu celular para pedir ajuda, enviando sua localização. No entanto, suas mensagens são interceptadas pelo inimigo, resultando em um ataque que acaba ferindo ou matando membros da sua unidade.
O vídeo destaca que os adversários estão sempre atentos e prontos para aproveitar quaisquer erros. Ele alerta que cada mensagem, postagem ou interação pode colocar a segurança da unidade em risco. O comandante enfatiza que o que pode parecer inofensivo, como enviar uma mensagem, pode comprometer toda a missão, expondo a posição e os objetivos dos soldados.
Durante o conflito na Ucrânia, houve relatos de como o uso de celulares por soldados russos resultou em ataques mortais. Um exemplo notável foi um ataque em Makiivka, no final de 2022, que causou a morte de muitos soldados russos. Embora haja diversos fatores que contribuíram para esse incidente, o uso de celulares foi um dos principais pontos levantados por Moscou.
O general Eric Smith, atual comandante do Corpo de Fuzileiros, afirmou: “Se você pode ser detectado, você pode ser alvo; e se você pode ser alvo, você pode ser morto”. Ele ressaltou que mesmo detalhes como a emissão de sinais pelos celulares, que se conectam a torres de celular, podem levantar suspeitas e comprometer a segurança das tropas.
No início de 2024, a Rússia implementou proibições mais rígidas relacionadas ao uso de celulares pelos soldados, e uma proposta de lei foi apresentada para punir aqueles que utilizarem seus telefones pessoais em combate. Essa preocupação com a segurança não é exclusiva dos Estados Unidos, mas uma questão que afeta todos os exércitos modernos.
Além disso, o comando do Corpo de Fuzileiros Navais revisou sua política oficial sobre o uso de celulares em 2024. Um porta-voz mencionou que o vídeo serve como uma lembrança contínua da importância da nova política, que não está ligada a eventos recentes específicos, mas busca conscientizar as tropas sobre os riscos.
“Gestão de assinatura” é um termo usado que se refere à forma como uma unidade é detectada. Isso inclui não apenas a presença física, mas também a emissão de luz e ruídos. Contudo, com a popularização dos celulares, essa preocupação com a “disciplina na assinatura” se tornou ainda mais urgente nos campos de batalha modernos, onde qualquer forma de emissão eletrônica pode delatar a localização das tropas.
Esse não é o primeiro alerta sobre a vulnerabilidade dos celulares. Em 2022, o então comandante do corpo, General David Berger, já havia mencionado a necessidade de se adaptar e garantir que as tropas mantivessem mobilidade suficiente para se deslocar frequentemente, evitando assim serem detectadas e atacadas. Ele destacou que, ao pressionar qualquer botão do celular, o soldado está emitindo um sinal que pode ser captado pelo inimigo, algo que não era uma preocupação tão presente em guerras passadas.