Katrina Armstrong, que era a presidente interina da Universidade de Columbia, anunciou sua renúncia na sexta-feira, apenas uma semana após a instituição aceitar uma série de exigências controversas do governo Trump para restaurar o financiamento federal.
Em um comunicado, Armstrong expressou sua gratidão por ter contribuído para a universidade em momentos desafiadores, revelando que seu verdadeiro interesse está na ciência e na cura. Ela fará o retorno ao seu cargo anterior, como líder do centro médico da universidade. Claire Shipman, que é co-presidente do conselho de curadores da universidade, assume agora como presidente interina.
Recentemente, o governo Trump anunciou cortes de 400 milhões de dólares em contratos e subsídios federais direcionados à Universidade de Columbia, um golpe financeiro significativo para a instituição. Para tentar reverter essa situação e recuperar o financiamento, a universidade concordou com várias condições impostas pelo governo. Essas exigências incluem políticas mais rígidas sobre protestos, o aumento da segurança no campus e um controle mais rigoroso sobre o Departamento de Estudos do Oriente Médio, do Sul da Ásia e de Estudos Africanos.
Diante dessa situação, o sindicato dos professores da universidade entrou com uma ação judicial visando restaurar os 400 milhões de dólares em fundos federais, acusando diversas agências federais de não seguirem os processos legais necessários para encerrar o financiamento.
Além disso, o governo Trump está buscando deportar estudantes pró-Palestina da Columbia que sejam residentes permanentes ou portadores de green cards. Um desses estudantes, Mahmoud Khalil, graduado da universidade e conhecido por organizar ativistas em defesa da Palestina, está atualmente detido e aguarda uma audiência com um juiz de imigração.
A decisão da universidade de aceitar as condições do governo gerou uma onda de críticas, sendo vista por muitos como uma capitulação diante da pressão política.
Armstrong ocupou a presidência interina desde agosto, após a renúncia de Minouche Shafik, que enfrentou forte desaprovação por sua gestão das manifestações no campus.
Agora, Claire Shipman enfrenta o desafio de conduzir a Universidade de Columbia em meio às repercussões do acordo com o governo Trump e à crescente tensão dentro da comunidade acadêmica. O governo não se manifestou imediatamente sobre a situação.