Os Estados Unidos estão desenvolvendo uma nova tecnologia de satélites com a ajuda da inteligência artificial (IA). Esse avanço tem como objetivo fortalecer a presença militar dos EUA no espaço, especialmente diante da crescente concorrência com a China, que tem se tornado uma forte rival nesse cenário.
Os militares americanos já possuem uma extensa rede de satélites em órbita, que são essenciais para sua estratégia de defesa. No entanto, a China está investindo em um sistema de satélites que ameaça a supremacia dos EUA nesse domínio. Para se manter na liderança, a Marinha dos EUA anunciou planos para criar satélites totalmente autônomos, que poderão operar sem depender de GPS ou controle terrestre.
Os especialistas afirmam que a utilização de IA nesses satélites pode conferir vantagens significativas, como a capacidade de evitar os danos de possíveis ataques cibernéticos, além de melhorar a coleta e a análise de dados. O domínio no espaço é considerado vital, pois quem tiver o controle sobre essa infraestrutura poderá obter vantagens em espionagem e operações militares em um eventual conflito.
Atualmente, os EUA têm centenas de satélites em funcionamento, e seus principais concorrentes, China e Rússia, estão investindo pesadamente em suas próprias tecnologias. Em caso de conflito, a China poderia causar danos sérios aos ativos espaciais dos EUA através de sua tecnologia de destruição de satélites. Recentemente, um relatório da CIA revelou que, durante um conflito, a China poderia priorizar ataques aos sistemas que controlam as redes de satélites dos EUA.
A guerra moderna pode envolver táticas que buscam desabilitar sistemas de comunicação e coordenação espacial, o que deixaria os satélites incapazes de funcionar corretamente. Assim, os EUA estão buscando alternativas para proteger sua infraestrutura espacial.
A autonomia dos satélites é um aspecto crucial, pois, ao operar de forma independente, eles se tornam menos vulneráveis a ataques que poderiam incapacitar bases ou redes de comunicação. A IA pode ajudar esses satélites a tomar decisões rapidamente e com maior eficiência, possibilitando reações mais rápidas a ameaças e reduzindo a dependência de operações centralizadas.
Além disso, a inteligência artificial pode processar grandes volumes de dados, identificando satélites hostis com mais agilidade. Isso é fundamental, pois o espaço é vasto, e a capacidade de monitorar o que está acontecendo ao redor é essencial para evitar colisões e ações de adversários.
Embora o desenvolvimento dessa tecnologia esteja em andamento, sua implementação total ainda pode levar tempo. De acordo com um oficial da Força Espacial dos EUA, espera-se que os satélites se tornem “significativamente mais autônomos” nos próximos 10 a 15 anos. No entanto, os esforços para acelerar esse processo já estão em curso. A Marinha dos EUA está testando um modelo autônomo chamado Autosat, e já demonstrou a viabilidade dessa tecnologia.
Os líderes militares estão buscando financiamento para desenvolver e lançar satélites com essas novas capacidades, que poderão transformar a maneira como a presença militar dos EUA opera no espaço.