O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou na última quarta-feira que as forças americanas atacaram “centenas” de alvos relacionados aos rebeldes Houthi no Iémen. Esses ataques estão ocorrendo desde que o Pentágono iniciou uma intensa campanha de bombardeios contra esses grupos apoiados pelo Irã no mês passado.
Hegseth explicou que o Departamento de Defesa dos EUA está realizando operações letais contra o que ele classificou como “terroristas Houthis”. Ele afirmou que os ataques atingiram muitos alvos e que a liderança Houthi foi gravemente afetada, o que resultou na redução de suas capacidades militares e na diminuição da ameaça a navios dos EUA no Mar Vermelho e na região do Estreito de Bab-el-Mandeb, que conecta o Mar Vermelho ao Golfo de Áden.
Recentemente, os EUA lançaram ataques aéreos em um porto de combustível controlado pelos Houthis, chamado Ras Isa, localizado na costa ocidental do Iémen. Imagens de satélite mostraram danos significativos no local após os bombardeios, que, de acordo com informações, resultaram em dezenas de mortes e mais de 150 feridos. As fotos revelaram marcas de explosões ao redor das instalações e vários edifícios destruídos.
O Pentágono não divulgou muitos detalhes sobre quais alvos específicos foram atingidos durante a campanha em curso. O ataque ao porto de Ras Isa foi uma das raras divulgações sobre os ataques. Em uma atualização anterior, em 17 de março, um general da Força Aérea dos EUA informou que os ataques foram direcionados a centros de comando, locais de treinamento, infraestrutura de drones, depósitos de armas e outras instalações.
Uma fonte de defesa dos EUA relatou que o porto é utilizado pelos Houthis para importar combustíveis e arrecadar receitas ilegalmente, que sustentam suas operações militares. A intenção dos ataques era justamente diminuir a fonte de poder econômico dos Houthis, que continuam a causar sofrimento ao seu povo, segundo a Central de Comando dos EUA (Centcom). Eles também destacaram que os bombardeios não tinham o objetivo de atingir civis iemenitas.
A nova campanha começou em 15 de março de 2023, em resposta a uma série de ataques marítimos dos Houthis no Mar Vermelho, que começaram no outono de 2022. Nas últimas semanas, o Departamento de Defesa enviou um segundo porta-aviões para a região e mobilizou bombardeiros stealth B-2.
O governo dos EUA tem se comprometido a enfrentar os Houthis de forma robusta. A campanha já está em sua sexta semana e não mostra sinais de desaceleração. A Central de Comando frequentemente destaca operações em andamento, enfatizando que as ações ocorrem dia e noite.
Embora o governo prometa resultados decisivos, especialistas acreditam que é improvável que a campanha elimine completamente os Houthis, que ainda mantêm a capacidade de lançar mísseis, inclusive direcionados a Israel, como forma de protesto pela guerra em Gaza.