O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para renomear o Golfo do México como Golfo da América. Essa mudança já está sendo adotada por algumas entidades do governo federal e pelas Forças Armadas dos Estados Unidos. O Google Maps também confirmou que refletirá essa alteração em suas informações.
Entretanto, o processo de atualização dos mapas e documentos oficiais é complexo. Não é simples simplesmente riscar o nome antigo e escrever o novo. Essa mudança envolve várias etapas na burocracia, desde a atualização de documentos federais até a modificação de mapas e gráficos.
No primeiro dia de seu mandato novamente como presidente, Trump emitiu uma ordem executiva com o objetivo de “restaurar nomes que honrem a grandeza americana”. Essa ordem foi direcionada ao Secretário do Interior, que deverá garantir a retirada de todas as menções ao Golfo do México em documentos e referências federais. Além disso, a ordem inclui a reversão da nomeação do monte Denali, na Alasca, que foi nomeado como Monte McKinley em homenagem ao ex-presidente William McKinley.
A proposta de chamar o golfo de “Golfo da América” tem sido alvo de debates e piadas, mas essa é a primeira vez que o governo dos EUA atua oficialmente para efetuar essa mudança.
Enquanto muitos republicanos, como o governador da Flórida, Ron DeSantis, e a representante da Geórgia, Marjorie Taylor Greene, apoiaram a iniciativa, houve resistência e confusão internacional em resposta a essa decisão. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou que “para nós e para o mundo, ainda é o Golfo do México”. Reportagens indicaram que o Reino Unido não reconhecerá essa mudança de nome.
Recentemente, Sheinbaum também brincou que, considerando um mapa mundial de 1607 — 169 anos antes da fundação dos EUA — que chamava a América do Norte de América Mexicana, talvez o continente devesse ser renomeado.
A mudança para “Golfo da América” está sendo rapidamente implementada em várias agências federais e no exército. Fontes internas afirmaram que muitos documentos e comunicações já foram atualizados ou estão em processo de atualização, e que as alterações nos mapas e gráficos devem ocorrer em breve. O Departamento do Interior anunciou que os esforços para implementar as mudanças estão em andamento.
No Departamento do Interior, o Conselho de Nomes Geográficos é o responsável pelas nomeações para uso federal, mas suas diretrizes são vinculativas apenas para agências federais. Normalmente, esse conselho e o Serviço Geológico dos EUA atualizam rapidamente o Sistema de Informação de Nomes Geográficos, que contém informações sobre mais de dois milhões de características físicas e culturais nos EUA e seus territórios. A atualização para nomes de características geográficas fora dos Estados Unidos cabe a cada agência.
Um porta-voz da Marinha dos EUA informou que, uma vez que os sistemas internos que fornecem informações à Marinha sejam atualizados, seus mapas e gráficos também serão alterados. O Google, por sua vez, afirmou que o Google Maps refletirá as mudanças de nome assim que o Sistema de Informação de Nomes Geográficos for atualizado, seguindo a prática de aplicar as mudanças de nome baseadas em fontes oficiais do governo.
Não há informações sobre o renomear do Golfo na Apple Maps, que continuará chamando a região de Golfo do México, enquanto reconhece o Golfo da América em seu guia de estilo. O estilo da Associated Press também permanecerá usando o nome Golfo do México.
A ordem de Trump se aplica apenas dentro dos Estados Unidos. Outros países e organizações internacionais podem continuar a se referir à região como Golfo do México. Por exemplo, no Oriente Médio, a designação do Golfo Pérsico é uma questão controversa, com alguns países árabes chamando-o de Golfo Árabe.