Imagens de satélite recentes indicam que a Rússia está retirando equipamentos militares de sua base naval em Tartus, na Síria. Essas imagens mostram dois navios de carga com bandeira russa, chamados Sparta e Sparta II, que chegaram ao porto de Tartus após semanas no Mediterrâneo. Este movimento sugere que a Rússia está diminuindo sua presença militar no país.
A presença militar russa em Tartus e na base aérea de Hmeimim sempre foi significativa, mas a situação se tornou instável desde a queda do regime de Bashar Assad, em dezembro passado. Naquele período, havia incerteza sobre se o novo governo da Síria permitiria que a Rússia mantivesse os dois locais estratégicos. Recentemente, informações indicam que o governo sírio cancelou o contrato de locação do porto para a Rússia.
As imagens de satélite também mostram operações sendo realizadas para retirar equipamentos e cargas que estavam armazenados na base. Um número elevado de veículos militares foi observado na base em dezembro e início deste mês, mas as fotos mais recentes revelam uma diminuição considerável desses ativos.
Os navios Sparta e Sparta II são embarcações de transporte tipo roll-on/roll-off, projetadas para transportar veículos e equipamentos. Esses navios estão sob sanções dos EUA devido à sua participação na guerra da Rússia contra a Ucrânia. Os dados de rastreamento marinho indicam que o Sparta II já deixou o porto de Tartus.
Essas movimentações são vistas como mais uma evidência do recuo militar da Rússia na Síria, especialmente após a ofensiva dos rebeldes que depuseram Assad. Durante o conflito, a Rússia sempre apoiou Assad, mas agora os rebeldes controlam a região onde estão localizados Tartus e Hmeimim. Apesar dos esforços de Moscou para manter a segurança dessas bases, a nova administração parece não querer a continuidade da presença russa.
Nas últimas semanas, imagens de satélite também mostraram sinais de retirada, com a saída de embarcações de guerra e o transporte de equipamentos a partir da base aérea de Hmeimim. O Pentágono revelou que observou a Rússia consolidando suas forças na Síria, com algumas delas deixando o território. A agência de inteligência militar da Ucrânia também afirmou que a Rússia está se retirando da Síria.
Tartus e Hmeimim são instalações estratégicas para a Rússia, já que o porto oferece acesso ao mar quente e a base aérea facilita o transporte de tropas e recursos. A perda dessas bases representaria um golpe significativo para a Rússia, comprometendo sua capacidade de projetar força na região do Oriente Médio e além.