A X, empresa de Elon Musk, está processando mais anunciantes, acusando-os de boicotar a publicidade na plataforma após a aquisição realizada por Musk. O processo, que já contava com algumas empresas, agora inclui nomes conhecidos como Nestlé, Abbott Laboratories, Colgate, Lego, Pinterest, Tyson Foods e Shell.
No último sábado, a X apresentou uma atualização de sua queixa em um tribunal do Texas, alegando que esses anunciantes formaram uma conspiração para retirar bilhões de dólares em receitas publicitárias do Twitter. A acusação se baseia no fato de que esses anunciantes pertenciam à Global Alliance for Responsible Media (GARM), uma iniciativa que não está mais em funcionamento e que buscava regras comuns de publicidade, especialmente para evitar conteúdos prejudiciais.
O GARM tinha como objetivo criar um “piso de segurança para marcas”, o que significa que as empresas tentavam assegurar que seus anúncios não aparecessem ao lado de conteúdos indesejáveis, como discursos de ódio ou desinformação. A adesão a esse conjunto de regras era voluntária e várias plataformas de mídia e agências decidiram adotá-las. A X também fez parte dessa iniciativa até o momento em que apresentou sua reclamação.
Após a X entrar com o processo, o GARM decidiu encerrar as atividades, alegando que, como uma pequena organização sem fins lucrativos, não dispunha de recursos para se defender. Na nova denúncia, a X afirma que a GARM organizou um boicote visando pressionar a plataforma a adotar os padrões de segurança de marca que estavam sendo exigidos.
A queixa menciona que pelo menos 18 membros da GARM pararam de anunciar na plataforma entre novembro e dezembro de 2022, após a aquisição de Musk, que ocorreu em outubro. A X argumenta que, devido a esse boicote, se tornou uma concorrente menos eficiente em comparação com outras plataformas sociais na venda de publicidade digital e na atração de usuários.
Desde a aquisição, os ganhos da empresa com publicidade caíram significativamente. Muitas marcas se afastaram da plataforma depois que diversos funcionários da área de vendas e de segurança foram demitidos e contas que haviam sido banidas foram reintegradas. A X alega que os membros da GARM agiram juntos para fazer com que o Twitter seguisse as normas de segurança de forma obrigatória.
A empresa está buscando “danos compensatórios em triplo” e medidas legais por supostas violações das leis antitruste dos Estados Unidos. Além disso, a WFA, uma entidade que representa anunciantes, e outras empresas, como a gigante de bebidas alcoólicas Diageo e a holding de agências publicitárias WPP, estão enfrentando um processo similar de um site de vídeos que alega ter sofrido restrições por parte desses anunciantes.
Essas situações estão sendo investigadas, inclusive por membros do governo, que se questionam sobre o impacto da GARM na desmonetização de mídias conservadoras.