Este ano, decidi que uma das minhas principais metas é organizar um testamento e um planejamento patrimonial, algo que ainda não consegui fazer. Quando comecei a tomar as providências, me senti tão sobrecarregado que acabei adiando a tarefa. Agora, estou determinado a finalizar meu planejamento patrimonial até o final do primeiro trimestre de 2025.
Esse planejamento é importante para proteger meus bens e garantir que minha filha, que tem apenas dois anos, receba o que for necessário caso eu venha a falecer. Para isso, consultei uma advogada especializada em direito de família e planejamento patrimonial e aprendi sobre os diferentes tipos de trusts que posso considerar.
1. Trust revogável
Um dos primeiros tipos de trust recomendados é o trust revogável. Este documento permite definir quem controla seus bens durante a sua vida e após a sua morte, sem a necessidade de intermediários judiciais. A advogada explicou que esse tipo de trust é crucial para facilitar a administração dos bens. Por exemplo, se um dos beneficiários ficar incapacitado ou se todos forem crianças, o trust define como os bens devem ser geridos.
A advogada destacou que o trust revogável pode, na verdade, ser mais importante do que um testamento tradicional. Com um testamento, os beneficiários precisam passar pelo processo judicial, que pode ser demorado e custoso. Já o trust revogável permite que os bens sejam transferidos imediatamente aos beneficiários de acordo com suas instruções, evitando complicações legais.
2. Trust para contas de aposentadoria (IRA)
Além disso, mencionei que possuo uma conta de aposentadoria e ela sugeriu o uso de um trust IRA. Este tipo de trust permite nomear minha filha como beneficiária da minha conta de aposentadoria. Quando eu falecer, o dinheiro da IRA é transferido para esse trust, que será administrado por um trustee até que minha filha tenha idade suficiente para gerenciá-lo por conta própria.
Sem esse tipo de trust, se um pai deixar uma IRA para um menor, a família terá que entrar na Justiça para nomear um tutor até que a criança atinja a maioridade, o que pode ser um processo longo. Com um trust IRA, já ficamos estabelecidos quem será o administrador e a idade em que a minha filha terá acesso ao dinheiro, evitando qualquer intervenção judicial.
Outro benefício desse trust é que, se minha filha mantiver o dinheiro no trust, ele será protegido de eventuais problemas financeiros, como divórcio ou falência no futuro.
3. Trust para menores
Por ter uma filha pequena, a advogada também recomendou um trust específico para menores. Esse trust permite que eu deixe bens para a minha filha, que serão geridos por um trustee até que ela atinja uma idade que eu escolher. Por exemplo, se eu decidir deixar um valor significativo, esse administrador pode usar o dinheiro em benefício da minha filha até que ela complete 25 anos, conforme as regras que eu estabelecer.
Nesse tipo de trust, também posso definir as condições de uso do dinheiro e se a criança terá direito a algum rendimento enquanto o trust estiver ativo.
4. Trust educacional
Por fim, a advogada sugeriu considerar um trust educacional. Esse trust especifica como o dinheiro deve ser utilizado, prioritariamente para a educação do beneficiário, e, se sobrar algum valor, define que idade a criança terá para acessar o restante. É uma forma de assegurar que o investimento em educação será priorizado, ajudando a garantir o sucesso da criança no futuro.
Organizar um testamento e um planejamento patrimonial é uma tarefa importante e que traz segurança, principalmente para quem tem filhos. Considerar diferentes tipos de trust pode proporcionar proteção financeira e garantias para que os bens sejam utilizados da melhor forma possível.