Um leitor escreveu sobre sua preocupação com favoritismo na família. O problema começou quando seu irmão se mudou para a fazenda dos pais após um divórcio e recebeu ajuda financeira da mãe, incluindo parte da herança dos avós, para abrir um negócio e comprar equipamentos. Com os pais já na casa dos 90 anos e precisando de cuidados, o irmão deseja ficar com toda a fazenda, argumento que o pai rejeita, alegando que não seria justo com os outros cinco filhos.
Por outro lado, a mãe acredita que o irmão merece a fazenda porque foi o único que voltou para casa. Enquanto isso, o autor da carta e os outros irmãos fazem o possível para ajudar os pais, trazendo comida e oferecendo apoio. A situação se agravou a ponto de o pai ser declarado mentalmente incompetente, seguido pela mãe doando uma quantia significativa, cerca de R$ 70.000, para o irmão. Apesar das tentativas de impedir essa doação, os advogados indicaram que casos assim são mais comuns do que se imagina em questões de herança.
Diante desse cenário complicado, um especialista em terapia familiar foi consultado para oferecer orientações ao autor da carta. O terapeuta destacou que o favoritismo pode ser muito prejudicial e sugeriu que a questão não deve ser discutida apenas em termos financeiros. O foco deve ser nas emoções e sentimentos de todos os envolvidos, especialmente em relação ao relacionamento com a mãe.
Uma das recomendações foi que o autor e os outros irmãos busquem um terapeuta familiar que possa tratar da dinâmica da família, além de individualmente para lidar com suas próprias dificuldades emocionais. Conversar em grupo com a mãe, utilizando um roteiro que foque nos sentimentos e não no dinheiro, poderia ajudar a expressar o impacto emocional do favoritismo do irmão.
O terapeuta sugeriu que eles poderiam, por exemplo, dizer algo como: “Mãe, nossa preocupação não é apenas pela questão do dinheiro, mas sim porque queremos o seu amor igualmente. O que nos machuca é sentir que você favorece nosso irmão, o que prejudica nosso relacionamento com você e com ele”. A ideia é mostrar que esse comportamento pode prejudicar não apenas a relação com a mãe, mas a união da família como um todo.
Além disso, o terapeuta indicou que, se necessário, os irmãos poderiam considerar diminuir o apoio que oferecem à mãe como uma forma de mostrar descontentamento com suas atitudes. Esse tipo de ação seria um sinal de que não é aceitável recompensar comportamentos que trazem dor e divisão familiar.
Por último, o autor da carta precisará aceitar que, dada a situação, a mãe talvez tome decisões que não vão ao encontro das suas expectativas. É importante que ele cuide de si mesmo e busque apoio emocional entre os irmãos que compartilham a mesma dor. A relação entre eles pode ser uma fonte de força nessa fase difícil.