Stephen e Joanna Vargha são um casal de aposentados que decidiram mudar de vida e se mudar para Cuenca, no Equador, vindos da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. A decisão de deixar os Estados Unidos surgiu em 2019, quando Stephen, com 61 anos, enfrentava dificuldades de saúde devido ao estresse do trabalho em uma emissora de televisão, onde atuou por mais de 37 anos. Eles já possuíam uma casa de férias em uma pequena cidade montanhosa na Carolina do Norte, mas a proposta de se mudar para o Equador começou a tomar forma.
Joanna, que tinha 56 anos e trabalhava em um site de seguros automotivos, sugeriu a mudança para Cuenca, mesmo sem nunca ter visitado a cidade antes. Cuenca é uma cidade com cerca de 600 mil habitantes, situada nas montanhas dos Andes. O casal fez uma visita a Cuenca em setembro de 2019 para conhecer a cidade e o ambiente antes da mudança oficial em janeiro de 2020, pouco antes do mundo enfrentar a pandemia.
A escolha por Cuenca se justificou por vários fatores, como o custo de vida mais baixo, uma cultura vibrante e uma comunidade acolhedora de expatriados. O casal destaca que fazer amizades na cidade é muito fácil e que as pessoas são extremamente amigáveis. Além disso, a cidade é conhecida por sua cena cultural rica, incluindo eventos de arte e música, como uma sinfonia gratuita que eles costumam frequentar.
Stephen e Joanna mencionam que a vida em Cuenca é significativamente mais barata do que na maioria das cidades dos EUA, especialmente em relação a moradia, alimentação e contas de serviços públicos. Por exemplo, a conta de água e eletricidade costuma ser bem menor e a saúde é acessível e de boa qualidade. No entanto, eles ressaltam que alguns serviços médicos mais complexos exigem deslocamento para Quito, a capital do país, que fica a cerca de uma hora de distância.
Os custos de itens básicos também impressionam. O casal menciona que uma caixa com 30 ovos frescos custa cerca de 4,25 dólares e que andar de ônibus na cidade sai por apenas 31 centavos. Os táxis dentro de Cuenca são acessíveis, geralmente custando em torno de 6 dólares, incluindo a gorjeta. Por conta da boa infraestrutura para caminhada e do transporte público, muitos expatriados, como eles, não sentem necessidade de ter um carro e caminham bastante, o que contribui para sua saúde e bem-estar.
Apesar de todas as vantagens, os Vargha também enfrentam desafios. Eles destacam que a falta de um aeroporto internacional em Cuenca pode ser um inconveniente, pois frequentemente precisam voar até Quito para embarcar em voos internacionais. Além disso, a comunicação com fornecedores e órgãos governamentais pode ser difícil e as opções de compra em algumas áreas ainda são limitadas.
O casal recomenda a pesquisa minuciosa para quem está considerando se aposentarem no exterior. Eles sugerem buscar informações em diversas fontes confiáveis, como grupos no Facebook e blogs, e fazer visitas ao país de interesse antes de tomar a decisão final. Estabelecer contatos locais é também uma dica importante, pois essas conexões podem facilitar a adaptação ao novo ambiente.
Eles ressaltam que o processo de obtenção de visto deve ser realizado com a ajuda de um advogado especializado ou facilitador, já que as regras podem mudar rapidamente. No momento, Stephen e Joanna não têm planos de deixar o Equador, mas estão pesquisando opções de cuidados de saúde a longo prazo devido à idade e à necessidade de serviços assistenciais.
Após mais de cinco anos vivendo em Cuenca, enfrentando a pandemia, protestos e desastres naturais, eles reconhecem que a vida em um novo país traz desafios, mas também muitas alegrias e aprendizado. A experiência até agora tem sido uma aventura gratificante e eles estão felizes com a decisão tomada.