O modelo DISC é um teste de personalidade utilizado em ambientes de trabalho, que classifica o comportamento das pessoas em quatro áreas principais. Um estudo recente avaliou os chatbots mais conhecidos, como o ChatGPT da OpenAI e o Gemini do Google, utilizando essa metodologia. Os resultados indicam que esses chatbots possuem personalidades distintas, o que pode influenciar a dinâmica no local de trabalho.
O ChatGPT é descrito como confiante e positivo, mas, em situações extremas, pode se tornar manipulador. Já o Gemini é um bom ouvinte, mas pode precisar de um incentivo extra para ser mais comunicativo. O teste DISC foi criado pelo psicólogo americano William Moulton Marston na década de 1920, um período em que ele se interessou em entender como pessoas em boa saúde mental interagem com os outros e seu ambiente.
Ao contrário de outros estudiosos da época, como Sigmund Freud e Carl Jung, que se concentravam em distúrbios psicológicos, Marston focou em comportamentos positivos. Além de criar o modelo DISC, ele também é reconhecido por ter desenvolvido uma versão primitiva do detector de mentiras. Marston definiu que o comportamento humano pode ser categorizado em quatro emoções principais: Dominância, Influência, Estabilidade e Conscienciosidade, que formam a sigla DISC.
Esse modelo se tornou amplamente utilizado em diversas organizações, incluindo empresas da Fortune 500, agências governamentais e universidades. As avaliações geralmente são estruturadas como declarações que os participantes devem classificar de acordo com o seu grau de concordância. Por exemplo, podem ser perguntas como “Sou motivado por conquistas e autoridade” ou “Estou certo na maioria das vezes”. Os resultados das avaliações classificam os participantes em 12 tipos, dependendo das características dominantes que apresentaram.
À medida que as empresas adotam mais tecnologias de inteligência artificial, muitos funcionários utilizam ferramentas de geração de texto para escrever e-mails, elaborar ideias e realizar pesquisas. Nesse contexto, é comum que chatbots como o ChatGPT sejam vistos como assistentes competentes e neutros. No entanto, as análises do DISC apontam que esses modelos podem não ser tão neutros quanto parecem.
A Online DISC Profile, que fornece o teste DISC, avaliou chatbots populares e descobriu que o ChatGPT e o Copilot da Microsoft são classificados como tipos “Dominância Influência” (DI), conhecidos por serem assertivos, orientados a resultados e terem um senso de urgência. Por outro lado, o Gemini e o DeepSeek, da China, são tipificados como “tipos de estabilidade”, sendo mais consistentes e bons ouvintes, mas evitando conflitos.
As empresas podem precisar refletir sobre como a interação com chatbots que têm personalidades diferentes pode afetar as dinâmicas de equipe, especialmente quando os colaboradores passam várias horas da semana interagindo com um chatbot mais inclinado a evitar conflitos. A CEO da Lattice, uma plataforma que gerencia desempenho e engajamento dos funcionários, comparou a gestão de equipes a coordenar um elenco diversificado, semelhante ao de um filme como Star Wars, onde diferentes personalidades precisam colaborar efetivamente.
A Lattice usa o teste DISC para ajudar a melhorar as relações de trabalho e reduzir conflitos. Funcionários têm a oportunidade de treinar chatbots de acordo com seu estilo DISC, permitindo que essas ferramentas ajudem a encontrar maneiras mais eficazes de dar e receber feedback, conforme o estilo de cada um. Embora a plataforma não utilize dados de avaliação de trabalho entre suas 5.000 empresas clientes, como a OpenAI e a Anthropic, isso é algo que está sendo considerado para o futuro, podendo oferecer feedback personalizado com base nos perfis DISC dos colaboradores.
A gestão de IA nos ambientes de trabalho deve garantir que essas tecnologias funcionem de forma transparente e responsável, integrando-se às dinâmicas de equipe de maneira eficaz.