No dia 2 de abril, o presidente Donald Trump anunciou a implementação de tarifas, batizadas de “Dia da Libertação”. Essa decisão gerou reações preocupantes nos mercados globais, com grandes nomes da economia e dos negócios expressando suas opiniões sobre as possíveis consequências.
Joshua Bolten, CEO da Business Roundtable, que representa mais de 200 CEOs, alertou que essas tarifas podem causar danos significativos aos fabricantes e trabalhadores americanos. Ele destacou que os efeitos negativos podem aumentar quanto mais tempo essas tarifas permanecerem em vigor e sugeriu que o presidente deveria considerar isenções mais razoáveis e um processo de exclusão mais transparente.
Larry Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, afirmou que os custos decorrentes dessa política tarifária podem chegar a US$ 30 trilhões. Ele descreveu as novas tarifas como as mais caras e “masoquistas” que o país impôs em décadas.
Mohamed El-Erian, ex-CEO da PIMCO, notou que a reação negativa dos mercados financeiros indica preocupações graves sobre o crescimento econômico global após o anúncio. Mariana Mazzucato, professora de economia, previu que as tarifas gerariam inflação nos EUA, impactando o poder de compra das famílias em uma faixa entre US$ 1.700 a US$ 5.000.
Outros economistas expressaram ceticismo sobre as intenções do presidente. Boaz Weinstein, fundador da Saba Capital Management, disse que não espera que Trump recue. David Rosenberg, economista e presidente da Rosenberg Research, questionou as alegações de que as tarifas podem fazer a América “rica novamente”, argumentando que isso poderia levar à pobreza global.
Nouriel Roubini, professor da NYU, rotulou o termo “Dia da Libertação” como “duplipensar orwelliano”. Para ele, essas tarifas levariam a um crescimento mais baixo e a uma inflação mais alta, sem trazer qualquer tipo de “libertação” para consumidores e trabalhadores americanos.
Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, descreveu as tarifas como uma abordagem extremamente irracional. Ele expressou dúvidas sobre qualquer possível recuo de Trump, considerando que a situação se tornava alarmante. Jared Bernstein, ex-economista-chefe da Casa Branca, criticou a falta de uma justificativa clara para iniciar uma guerra comercial com aliados comerciais tradicionais.
Outros especialistas também se mostraram preocupados. Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, enfatizou que os novos impostos sobre importações representam um risco significativo para a economia global. Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, acrescentou que essa decisão não seria boa nem para quem aplica as tarifas nem para quem sofre retaliação.
Bill Gross, cofundador da PIMCO, sugeriu que o cenário atual é complexo, semelhante a mudanças históricas importantes, e não acredita que Trump retrocederá, sendo o momento atual uma fase de incerteza para os investidores.
Os impactos das tarifas já estão sendo discutidos, com estimativas sugerindo que a inflação pode aumentar em decorrência delas, além de danificar a economia de maneira geral. Economistas como Greg Daco, da Ernst & Young, preveram uma desaceleração econômica real se as tarifas persistirem, apressando um cenário de estagflação.
No geral, analistas e economistas estão acompanhando de perto os desdobramentos dessa política tarifária, considerando as implicações regionais e globais que ela pode ter à medida que o cenário econômico continua se desenvolvendo.