Katherine Phillips, de 32 anos, decidiu fazer uma mudança significativa em sua vida e se mudar de San Diego, nos Estados Unidos, para Chiang Mai, na Tailândia, em 2019. Essa decisão foi impulsionada pelo cansaço e pelo desejo de buscar uma nova rotina mais tranquila e saudável.
Katherine cresceu em San Diego e sempre sonhou em explorar a Ásia. Ela já havia visitado Manila, nas Filipinas, para ver familiares, mas nunca teve a oportunidade de conhecer outras partes do Sudeste Asiático. Após completar seu mestrado em aconselhamento, Katherine sentiu que era hora de dar uma pausa em sua carreira. “Estava muito cansada”, disse ela, lembrando dos longos dias de trabalho que chegavam a 15 horas.
Ela queria viajar, mas também precisava de uma fonte de renda. Foi assim que encontrou uma vaga em uma escola internacional em Chiang Mai, onde aceitou um emprego de conselheira por um ano. A cidade, situada a cerca de 720 quilômetros de Bangkok, é conhecida pelo custo de vida acessível e pelo ambiente acolhedor, o que a tornou um destino popular para turistas e expatriados.
Quando Katherine contou sobre sua mudança para os pais, eles ficaram surpresos. Sua mãe, que imigrou para os Estados Unidos quando tinha 18 anos, não entendia por que sua filha queria deixar o país que ela tanto admirava. Katherine, que cresceu seguindo os passos tradicionais de conseguir um diploma e subir na carreira, sentia que precisava de uma mudança radical.
Após seu primeiro ano, Katherine continuou a trabalhar na escola por mais um tempo, mas quando a pandemia de Covid-19 começou, suas atividades passaram a ser online. Essa nova dinâmica trouxe novamente a sensação de esgotamento. “Não estava mais me sentindo realizada”, afirmou. Para lidar com isso, ela fez uma nova escolha: deixou seu emprego e começou a estudar tailandês em uma universidade, obtendo um visto de estudante. Atualmente, ela trabalha remotamente para uma agência de marketing e possui um visto chamado Destination Thailand, criado para nômades digitais e trabalhadores remotos.
Em novembro de 2022, Katherine se mudou para um apartamento de um quarto, na área de Nimman, um local popular entre turistas e expatriados. Ela paga cerca de 11.500 baht tailandeses por mês, o que equivale a aproximadamente R$ 340. O apartamento tem um espaço aberto, duas varandas e lavanderia, e é sua terceira residência na cidade.
Desde que se mudou para Chiang Mai, a saúde mental de Katherine melhorou consideravelmente. Ela podendo gerenciar melhor seu tempo e, por conta da flexibilidade de seu trabalho, retomou hobbies que não praticava há anos. “Agora eu tenho tempo para coisas como aprender a dançar salsa e bachata, e até para criar vídeos para YouTube e TikTok”, disse ela, com um sorriso.
Claro que nem tudo foram flores. A adaptação ao novo país trouxe desafios, como barreiras linguísticas e a adaptação à comida, que é bem mais apimentada do que a que estava acostumada nos Estados Unidos. Além disso, no início, Katherine sentiu que estava perdendo momentos importantes que aconteciam de volta em casa. No entanto, depois de um tempo, ela se sentiu cada vez mais integrada e afirmou que não vê a hora de voltar para os Estados Unidos. “Aqui eu me sinto mais segura; sinto que todos se cuidam”, destacou.
Katherine se diz grata por ter tomado a decisão de se mudar e recomenda que outras pessoas busquem experiências semelhantes. “Você pode sempre voltar para sua rotina antiga, mas vale a pena experimentar novas culturas e estilos de vida pelo menos uma vez na vida.”