Nos últimos 45 anos, o Brasil enfrentou situações econômicas complicadas. Tivemos um governo que acumulou uma dívida externa imensa e uma hiperinflação. Depois, veio outro que congelou preços e declarou moratória. Depois disso, um governo confiscou a poupança e as contas bancárias dos cidadãos. Outro ainda manteve o real supervalorizado, o que acabou agravando o déficit externo e aumentando a dívida pública. Por fim, um governo que gerou um rombo fiscal de 10% do PIB.
Lula, em seus três mandatos, não cometeu esses erros. Mesmo assim, a mídia tem criticado Lula, chamando-o de gastador irresponsável e de mau governante. As críticas parecem desproporcionais se comparadas com a trajetória dos governos do PT e com a situação real da economia.
Por exemplo, em 2023, o Brasil teve um déficit primário de 2,3%, que foi menor do que o calote de R$ 82 bilhões nos precatórios e o dinheiro que foi confiscado dos estados durante a gestão de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Em 2024, esse déficit caiu para 0,09%, o que é praticamente déficit zero, mas ainda assim chamam isso de rombo.
Essa recuperação fiscal aconteceu em um ano em que o PIB cresceu 3,5%. O desemprego atingiu 6,6%, o menor nível já registrado. A taxa de ocupação alcançou 103 milhões de pessoas, o que representa 58,6% da população. O número de empregos formais subiu para 38,7 milhões e o salário médio aumentou para R$ 3.225. Isso não é surpresa, pois entre 2003 e 2010, Lula conseguiu reduzir a dívida pública de 61% para 34% do PIB e criou 15 milhões de empregos. Mesmo assim, há quem diga que o crescimento é prejudicial para o país.
Durante os quatro anos do governo Bolsonaro e Guedes, a inflação foi de 26,93%, com um pico de 10,06% em 2021. Apesar de tentativas de controlar os preços dos combustíveis, a inflação em 2022 foi de 5,79%, sendo que a meta era de 3,5%. Em contrapartida, Lula conseguiu alinhar o IPCA de 2023 à meta de 4,62%. Para 2024, o resultado ficou em 4,83%, que ainda é um pouco acima da meta, mas abaixo das expectativas do mercado.
A comparação com o governo Bolsonaro mostra que, com dados concretos, a trajetória da inflação teve controle, mas frequentemente a narrativa é de que a situação é caótica. Isso revela um descompasso entre a realidade e a forma como a informação é reportada.
O governo Lula também retomou a política de aumento real do salário mínimo e investiu na construção de obras públicas, além de orientar os investimentos da Petrobras. Esse tipo de ação é o que realmente ajuda a fazer o PIB e a arrecadação crescerem. Esses dados estão disponíveis e são claros, bastando analisar sem distorções.
Ao longo dos 45 anos do PT, Lula já foi criticado com previsões de calote da dívida, expropriações de propriedades e até confiscos de poupanças. Essas críticas surgem sempre revestidas de análises que se dizem técnicas, mas que muitas vezes só refletem interesses econômicos e alinhamentos políticos.
Toda crítica e debate são válidos, mas é preciso um diálogo mais plural e menos sectário. A construção de um debate econômico saudável e respeitoso vai ajudar tanto a imprensa quanto a sociedade como um todo a crescer e se desenvolver. O país precisa disso.