Um dia, recebi um cartão postal de uma instituição de caridade que me chamou a atenção. O cartão tinha uma imagem linda do Havai e dizia que eu poderia ajudar crianças que lutam contra o câncer ao arrecadar dinheiro e correr uma maratona. Mesmo nunca tendo gostado de correr, aquilo despertou meu interesse.
Decidi participar de uma reunião da caridade. No final da apresentação em vídeo, uma jovem disse: “Eu só quero viver.” Essa frase tocou meu coração e, com lágrimas nos olhos, fui até a mesa para me inscrever.
O desafio era claro: eu precisava arrecadar milhares de reais e percorrer 42 quilômetros (ou 26.2 milhas) em seis meses. Parecia difícil, mas também empolgante.
Para me preparar, fiquei com um planejamento bem detalhado e apoio de outras pessoas. Sabia que não podia simplesmente aparecer sem ter me preparado. Comecei a me organizar e comprei tudo que poderia me ajudar, como tênis adequados, um cinto de corrida, pacotes de energia e, claro, minhas músicas favoritas para me motivar.
O meu maior desafio inicial foi criar uma rotina de treinos. Eu precisava me comprometer a correr todos os dias, pois sabia que, se fizesse uma exceção, poderia começar a faltar com frequência. Decidido a cumprir essa meta, passei a correr sozinha diariamente e, nos fins de semana, me juntei a um grupo. Com o tempo, fiz amizade com algumas corredoras que tinham o mesmo ritmo que eu, e isso me incentivou a me esforçar mais.
Ao longo dos meses, fui superando as metas que estabeleci e comemorei cada progressão. Isso me deixou tão animada que decidi aumentar meu objetivo final: concluir a maratona em menos de cinco horas.
Finalmente, chegou o dia da corrida. Com seis meses de treinamento, fui para o Havai, onde me alimentei bem e tentei descansar, embora não tenha dormido muito. Na manhã da corrida, fiquei ao lado de meus amigos na linha de partida. O clima estava quente e eu já estava nervosa antes mesmo do tiro de partida.
Nos primeiros quilômetros, tudo fluía bem, mas ao chegar no quilômetro 35 (miles 22), meu corpo começou a tremer. Eu fiquei tão cansada que cheguei a chorar, sem saber se conseguiria continuar. Era o famoso “muro” que todos me falaram. Tentei me convencer a pelo menos chegar até o próximo ponto de hidratação. Sabia que, se parasse, poderia não ter forças para recomeçar.
Não queria fracassar depois de todo o esforço que tive. Ao alcançar a estação de água, joguei água no corpo e verifiquei o tempo. Para atingir meu objetivo, precisava continuar na minha média normal de corrida.
Com isso em mente, comecei a repetir para mim mesma: “Posso fazer todas as coisas através de Cristo que me fortalece.” Essa frase se tornou meu mantra. Com essa força, consegui um segundo fôlego e me lancei para os últimos quilômetros, determinada a terminar a corrida em menos de cinco horas.
Quando finalmente vi a multidão ao meu redor e a linha de chegada ao longe, a última parte da corrida pareceu durar uma eternidade. Eu só pensava: “Basta cruzar essa linha e nunca mais precisarei correr.”
Com o relógio em mente, cruzei a linha de chegada com um tempo de 4 horas, 57 minutos e 38 segundos. A maratona foi muito mais desafiadora do que eu esperava, mas o maior obstáculo foi acreditar em mim mesma e me esforçar para ir além dos meus limites.
Embora ainda ache que correr é uma tortura, aprendi que, quando você se dedica de verdade a um objetivo, consegue alcançar o que parecia impossível.